PRA DEITAR NA MINHA REDE
TEM QUE GOSTAR DE BALANÇO


Minha rede foi armada
no alpendre da fazenda,
tem a varanda de renda
e está bem esticada.
Não é bem apropriada
pra quem gosta de descanso,
e eu digo e afianço,
metendo o pé na parede:
pra deitar na minha rede
tem que gostar de balanço.

Tem que perder o juízo,
ter seu coração aberto,
sabendo que está perto
de chegar ao paraíso.
Mas para isso é preciso
deixar o seu corpo manso,
pois nele eu toco e danço,
matando a sua sede;
pra deitar na minha rede
tem que gostar de balanço.

São momentos de prazer
com o canto do sabiá
que serve para enfeitar
o nosso entardecer.
E quem se comprometer
terá na vida um avanço
e eu aqui agora lanço
um desafio adrede:
pra deitar na minha rede
tem que gostar de balanço