PASSARINHO CORREIO
Acordei c’um passarinho
batendo em minha janela
(em seu pé um bilhetinho
e no bico a foto dela)!
Levantei os basculantes,
o passarinho entrou
deu alguns vôos rasantes
e sobre a cama pousou
Piscou os olhos, sorrio,
soltou a foto na cama;
cortou, com o bico, o fio
que prendia o telegrama
Bateu asas e voou,
cantando todo contente,
como quem se orgulhou
ao dar um grande presente!
Mas ele não percebeu,
inadvertidamente,
que, ao sair, se esqueceu
de deixar o remetente
e agora eu fico aqui,
olhando pra a foto dela,
curioso em descobrir
quem será esta donzela.
E, sendo muito sincero,
não entendo esse destino;
pois já sinto que a quero
desde quando era menino!
Mas naquele bilhetinho,
que a bela me endereçou,
junto as juras de carinho
seu nome não assinou
e o passarinho correio,
que cruzou minha janela,
não me contou donde veio,
nem me disse quem é ela!
João Pessoa, 18/04/2010.