É BOM E A GENTE GOSTA

É BOM E A GENTE GOSTA

J.B.Xavier

A Era Lula que agora

Parece estar começando,

Me leva a pensar que ele

Estava apenas treinando

Na prática da sandice.

Pois não foi ele quem disse

“ética ninguém me ensina”

enquanto na sala ao lado

corria solta a propina

entre os fiéis “companheiros”?

Não é ele o deslumbrado,

que com o nosso dinheiro

voando em nosso avião

conheceu mundo inteiro?

E nesses deslumbramentos

Posando, assim, de bacana,

Nos olha como jumentos

E nos faz uma banana!!

Nascido lá no Nordeste,

Onde águas são miragens,

Esqueceu nessas viagens

Que era um cabra da peste!

Esqueceu suas origens

A não ser pra pedir voto,

E do dinheiro, a vertigem

O transformou num devoto

E no rei da safadeza.

Viva essa realeza!

Senhor do bom disparate

Reinando um pobre reinado

Onde, só é compreendido

Por falar tatibitate!

Então foi à Inglaterra

Passear de carruagem

Levando em si a certeza

De que ao lado da rainha,

Seria também realeza.

E após ter constatado

Que governar dá trabalho,

E exige inteligência,

Ele, já sem paciência

Tomou prá si a demanda

De ao invés de governar,

Resolver se transformar

Em garoto-propaganda.

E ao lado da rainha,

Nosso grande espertalhão

Que sabe nada de História,

Muito menos da inglesa,

Deu asas à safadeza

E em seu sonho doentio

Saiu de lá na certeza

De ser o Príncipe Charles

A divulgar o Brasil.

Ah! Se o inculto soubesse

Que essa rainha ao seu lado

É mais que simples rainha!

O que ela fez em menina

Foi mais que gritar nos pátios

Das fábricas do ABC.

O que ela fez quando jovem,

Transformou-a em heroína!

Se ele soubesse História,

Conheceria essa glória

Do tempo em que era Princesa.

Lá, no distante passado,

Numa era mais sofrida

Que qualquer outra que exista,

A Alemanha nazista

No auge da dura guerra

Estava para invadir

A orgulhosa Inglaterra!

Com bombardeios diários

A invasão era iminente!

Winston Churchill, preocupado

Inventando algum pretexto,

Pediu ao rei George VI,

Ao vê-lo desanimado,

Que prá sua segurança

E da Família Real

Fosse, sem mais tardança

Ao distante Canadá,

Onde já os aguardavam

Na tranqüila Montreal.

Tranqüilo, o rei lhe avisa

Que ficará no país.

O ministro ainda insiste,

Vendo de perto o perigo.

E por ser do rei, amigo,

Pede-lhe ao menos, então

Que envie a rainha,

Juntamente com as crianças,

Pois todas as esperanças

Do povo inglês, tão sofrido

Estavam em saber que elas

Haviam sobrevivido.

Mas a rainha, altaneira,

Respeitando o sofrimento

Do seu povo que morria,

Recusou-se a viajar

E avisou que no país

Ela permaneceria.

Tampouco as filhas princesas

Aceitaram o exílio.

Então a mais velha delas

Uma jovenzinha frágil,

Resolve ir em auxílio

E ajudar nas mazelas

Dos feridos em combate.

E no exército alistou-se

Como tenente-enfermeira,

E sem palhaçada ou rodeios,

Como faz o Presidente,

Passou a recolher vítimas

Dos intensos bombardeios!

E este palhaço sentado,

Ao lado da realeza,

Num mar de lama se afunda.

Este Senhor da Esperteza,

Não sabe que aquela jovem

Lá do distante passado

É Elizabeth II.

A rainha que humildemente

O aceitou ao seu lado.

Agora veja o Brasil:

Aqui temos bons exemplos

De patriotismo rasteiro.

A mulher do Presidente

- que viaja o mundo inteiro -

Com o gene de raposa,

Usou o cargo de esposa,

Requisitou e obteve

Malandramente em surdina

Cidadania italiana!

Perguntada dos “porquês”

Repetiu os estribilhos

Que aprendeu do marido.

“Este é um país sofrido.

Eu apenas tô querendo

Um futuro pros meus filhos”!!!

Demonstrando doentia

E total falta de siso,

Eu me lembro bem do dia

De seu maior desatino:

Foi quando o atoleimado

Disse haver se transformado

Em um Novo Juscelino!

Sem conhecer patavina

Sequer do próprio país,

Sem nunca ter lido um livro

Ele segue pela vida,

Para o bem e para o mal,

Aprendendo apenas pela

Velha tradição oral.

Se ao menos o ensino básico

Ele tivesse estudado,

- digo estudado sério,

não apenas freqüentado –

Veria que em Diamantina,

Em mil novecentos e dois,

Em meio às serras mineiras

Desses sertões brasileiros,

Nasceu o homem que mesmo

Sem ser também comunista

Transformou-se no que foi:

O último governante

Do Brasil, que era estadista!

Lula diz que era pobre!

Já vai longe aquele tempo!

E se ufana de dizer

Que não precisa estudar!

Estudar é uma ferida.

“Pra que estudar” – nos diz ele,

“Se tenho a escola da vida”?

Se o critério é a pobreza

Prá medir honestidade,

Não haveria bandidos

Aos montes pela cidade!

Kubitscheck, lá nos matos

Ganhou um par de sapatos

Somente aos doze anos!

O que difere esses dois,

Além de décadas várias,

São as idéias de Lula,

Safadas e salafrárias,

Daquele pobre menino,

Que em Minas era ninguém,

Mas que jurou estudar

Para um dia ser alguém,

Deixou na História um legado,

Graças a ter estudado!

Naquele tempo o estudo

Era mais que uma opção,

Na verdade ele era tudo.

Não havia o Mensalão!

Pois não é que esse menino

Pela força da vontade

E somente porque quis,

Saiu de Diamantina,

Formando-se em Medicina

Especializou-se em Paris?

E depois, vitorioso,

Orgulhava-se em dizer

Como médico famoso,

Que qualquer um poderia

Pelo estudo e trabalho

Pelo suor e honradez,

Chegar onde gostaria,

E fazer o que ele fez!

Eis um recado que mostra

Toda a sua humildade

E o quanto era modesto.

Nunca se ouviu ele próprio

Dizer o quanto era honesto.

Quem é honesto não tem

Que viver se explicando.

Explica apenas quem tem

Dúvidas em si pairando!

Tal como Lula ele foi

Acusado de vilão,

E envolvido também

Em boatos de corrupção.

Mas ele construiu cidades,

E não comprou avião!

Como sério Presidente

Do Brasil lá dos cinqüenta

Modernizou o país,

Ao olhar para o futuro!

Mas ele bem que sabia

Seria um trabalho duro!

Como médico serviu

Na Polícia Militar,

Não sobre um caminhão

Gritando frases vazias,

Mas sim como Capitão!

Juscelino é até hoje

Um presidente aclamado

Por haver modificado

A posição do Brasil

No cenário mundial,

Sem ele, o nosso país

Seria só litoral,

Todos concordam que ele

Nos fez mais bem do que mal.

Já o atual presidente

Que tenta a comparação,

Parece não ter noção

Da diferença existente.

Mas há certa semelhança.

É ela que o envaidece:

Não estudou, não trabalha,

Mas venceu, ao que parece!

E tem os Estados Unidos

Do qual falamos tão mal,

Mas, lá, em 74

Num barulhão infernal,

Estourou o “Watergate”

Onde o presidente Nixon,

Foi flagrado em safadeza.

E daí? Nada de novo!

Calma! Lá não tem moleza!

E o povo pressionou!

Prensado, Nixon pediu

Desculpas a todo o povo

E depois renunciou!

E mais! Devido à crítica

Que em tudo o devassou,

Jamais voltou á política,

Sua carreira acabou!

E olha que o crime dele

Perto do nosso é bobagem!

Tudo isso foi apenas

Por ter feito espionagem!

Aqui flagramos o nosso

Presidente de brinquedo

Com dinheiro nas cuecas

Rodeado por carecas,

Malas e raios “X”,

Com anões e sanguessugas,

Cretinos por todo lado,

E ao final ainda nos diz

Que não sabia de nada!

E ficou nos seus cantinhos

Contando suas histórias

Tal como os três macaquinhos.

E tem mais! Banca o sofrido

Acusando sempre alguém,

Dizendo que foi traído

Sem nunca dizer por quem!

Vou a Londres, novamente.

Lá governa o Tony Blair.

Vejam como é diferente

O agir de um estadista!

No ano 2001

Foi o seu filho mais velho

Detido pela polícia

Por estar embriagado.

Não! Não vá me entender mal,

Ou para sempre me calo!

Não é do Lula que falo,

Que, segundo Mr. Larry,

Gosta de um Rabo de Galo!

Concordo que é parecido

O gosto pela caninha,

Mas falo do primogênito

Do ministro da rainha!

Pois com medo de causar

Ao pai um constrangimento,

Mentiu o “boy” à polícia

Ocultando o quanto pode

O nome do pai famoso.

A polícia o pressionou,

Ao ver o guri nervoso,

E o garoto embriagado

Finalmente confessou.

A polícia chamou Blair,

Que foi a delegacia

No meio da madrugada

Que além de muito fria

Estava também chuvosa.

Blair então pagou a fiança,

E agradeceu à polícia

Por ter detido se filho,

E por toda a confiança

De não terem divulgado.

Mas já no dia seguinte,

Blair chamou toda a imprensa

E prá provar que o crime

Jamais trará recompensa,

Anunciou o delito

Do filho embriagado,

E então, envergonhado,

Num discurso que aqui

Não se vê nenhuma vez,

Solenemente pediu

Desculpas ao povo inglês!

Já o filhinho mais velho

Do nosso grande estadista

Foi flagrado não de porre,

- Que isso aqui nem é crime!

Mas sim como recordista

De vultosas transações

Que segundo se apurou

Chegou a 5 milhões!

A grana da safadeza

Veio de uma estatal,

Que justificando disse

Ter comprado sua empresa.

Disse um certo diretor,

Emitindo opinião:

A firma não custou caro,

Foi o fundo do quintal

Que onerou a transação.

Mas quando informaram Lula

Do que aconteceu ali

Ele disse, num sorriso:

“Esse aí é o meu guri!”

Depois, ao saber que o povo

Taxou como bandalheira

Aqueles cinco milhões,

Abriu outro dos sermões

Nos quais se tornou perito,

Dizendo: “Não admito

Que envolvam o meu filho

No meio dessa sujeira!”

Vou à Índia - Nova Délhi,

Em pleno 2003.

No continente asiático,

Na Índia, precisamente,

Chegou a hora e a vez.

Viu o primeiro ministro

Que era bem mais que urgente

Para cruzar o país

Da extensão de um continente,

Trem não era solução.

Pra agilizar as viagens.

Após muito analisar,

Decidiu, sem sacanagens,

Comprar um novo avião.

Pesquisando o mundo inteiro

Prá ter o melhor achado,

Decidiu que o adequado

Era o avião brasileiro.

Sem muita burocracia,

Abriu uma concorrência,

E acredite se quiser,

Sem mesmo pestanejar,

Ele acabou por comprar

Um legítimo “EMBRAER”.

No mundo dos aviões,

Até que pagou barato,

Pois foram “só” dez milhões

Em dólar americano.

O modelo? EMB

195.

Não pensem vocês que brinco!

Para espanto de vocês,

No mesmo 2003

O Lulinha deslumbrou.

Encostou o “Sucatão”

E sem vergonha de nada

Comprou um novo avião,

E mandou a conta para

O erário da União.

Pergunte prá mim, amigo,

Se tal como o indiano,

O avião é brasileiro.

Não! É claro que não!

Nosso avião não servia,

Não para a confraria

Que acompanha o presidente.

Pra trenzinho da alegria

Ele é barato demais,

Prá tanta gente que voa.

Só leva vinte pessoas!

Agora pergunte o preço.

Por favor, não perca a voz!

57 milhões!

E eles rindo de nós,

Discutindo o seu empuxo,

Enquanto nós trabalhamos

Prá sustentar esse luxo.

São por essas e por outras,

Que a Índia hoje é emergente,

Domina energia atômica,

É potência da informática,

Enquanto temos a pecha

De um país delinqüente,

E vivemos tristemente

Nessa vidinha apática.

Então ficamos assim:

“Sir” Lula, o nosso entrave,

E seu governo ladrão,

Que ao ser eleito fez Bingo!

Pilotando uma aeronave

Montada por alemão

E decorada por gringo!

E aqui estamos de volta

À campanha eleitoral,

E à sua velha história:

Velhos ladrões refinados

Discursando afogueados,

E apostando na nossa

Velha falta de memória!

O senhor, seu Presidente,

Que já enganou a gente

Há quatro anos atrás,

Devia estar satisfeito

E não ainda querer mais.

Que moral o senhor tem

Para subir num palanque

E falar à plebe rude

Que é tão fácil de enganar?

Por que não senta comigo,

Em qualquer hora e lugar

Escolha o assunto e tente

Diante de mim sustentar

Sua linha de argumentos.

Eu lhe lembro da questão

Que ainda ficou pendente

Portanto, “Sir” Presidente,

Toma o cinzel e esculpas

Em letras de “Hollywood”

Seu pedido de desculpas.

Mas desculpas só, não bastam.

Faça como Richard Nixon,

E alguns outros vagabundos:

Disfarça e sai de mansinho,

E como fez o Sarney

Vai pela porta dos fundos!

O senhor nada sabia?

Em toda essa confusão

Ou o senhor é um babaca,

Ou é muito incompetente.

Não quero desrespeitá-lo,

Mas aqui estamos nós

Esperando uma resposta.

Respeito, senhor presidente

Eu é que aqui vou lembrá-lo,

É bom e a gente gosta!!

* * *

JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 19/08/2006
Reeditado em 19/08/2006
Código do texto: T220316
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