VIDA E OBRA DE RACHEL DE QUEIROZ

Cordel: Vida e Obra de Rachel de Queiroz

Baseado no livro Tantos Anos.

Autor: Tião Simpatia

O Brasil todo discute

Sobre Rachel de Queiroz

Sua vida, sua obra

Que ela deixou p'ra nós

Os seus feitos são diversos

Por isso escrevi 100 versos

E agora apresento a vós.

Assim como grandes homens

Há mulheres geniais

Nas Sagradas Escrituras

E nos dias atuais

Uma delas foi Rachel,

Sobre quem este cordel

Vai falar um pouco mais.

Mulher além do seu tempo

Jornalista e escritora

Militante Partidária

Romancista e tradutora

De autores importantes

Rainha dos Estudantes

Imortal, encantadora.

Nasceu no ano de mil

E novecentos e dez

Em dezessete do onze

Como consta nos papeis

Veio ao mundo p'ra brilhar

No mais alto patamar

Sob a glória dos lauréis.

Sob a “Luz Alencarina”

Na Capital Fortaleza

Nasceu Rachel de Queiroz

Mas logo aquela princesa

Ainda recém-nascida

Pelos pais foi conduzida

Para outra redondeza.

Quixadá foi o destino,

A cidade escolhida

Onde a Família Queiroz

Sempre foi bem sucedida

O seu pai muito feliz

Da cidade era o juiz

Pois Rachel foi bem nascida.

Sua mãe, dona Clotilde,

Era mulher de leitura,

Antenada na Política

Também na Literatura

Lia clássicos brasileiros

Como também estrangeiros,

Se respirava cultura.

Seu pai, Dr. Daniel,

Foi um homem virtuoso

Foi juiz e promotor

Dos Queiroz, o mais famoso,

No Sertão foi bacharel

E com a menina Rachel

Era muito carinhoso.

Sua primogenitura,

De maneira especial,

Fez com que ela tivesse

Toda atenção do casal,

Dos tios e dos avós

Pois a Família Queiroz

É bastante fraternal.

Três irmãos e duas irmãs:

Rachel, primeira da linha.

Mas tarde nasceu Roberto

Que grande apreço lhe tinha

Depois, Flávio e Luciano

E p´ra completar o plano

Maria Luíza, a “Isinha”.

Desde cedo “Rachelzinha”,

Como assim era chamada

Por livro, rádio e jornal,

Era muito interessada,

Tinha consciência crítica

Do Brasil e da política,

Pois já era engajada.

Aos seis anos de idade

Foi pr'o Rio, morar lá,

Mas seu pai foi convidado

P'ra ser juiz no Pará,

Um bom trabalho promove

E no ano dezenove (1919)

Retorna ao Ceará.

Instalou-se em Fortaleza

Na chácara do Alagadiço.

Precisou vender a chácara

Para saldar compromisso

Assumido em Belém,

Pois como homem de bem

Não ia se sujar com isso.

Havia uma escola pública,

Dona Maria José.

Rachel já com oito anos

Com Roberto ia a pé

Mas pouco tempo ficou

Pois o destino a levou

À Serra de Baturité.

É que segundo ela conta

No seu livro Tantos Anos

Que a seca lá no Sertão

Provocara muitos danos

Todo o gado foi por terra

Foram então morar na Serra

Para “refrescar” os planos.

Assim, em Guaramiranga

Passaram aquele verão.

Quando o inverno chegou

Desceram para o Sertão,

No Junco foram morar

Até alguém convocar

Seu pai à nova missão.

Justiniano de Serpa,

Governado do Estado,

Junto com Carvalho Lima,

De modo muito apressado

Chamam Dr. Daniel

P'ra assumir novo papel

Pois este era preparado.

Era o então Gabinete

De Identificação

Isso, em mil e novecentos

E vinte, uma inovação!

Cujo órgão ele fundou

E o mesmo chefiou

Com muita dedicação.

Mas volto para Rachel

Com o seu protagonismo

Literário e político

Que a muitos causava abismo

E a todos surpreendia,

Pois nos textos que escrevia

Já mostrava brilhantismo.

Sua vida literária

Muito cedo começou

No Jornal O Ceará

Ela, então, iniciou.

Depois no jornal O Povo

E nesse universo novo

Sua fama se espalhou.

A História de Um Nome

Foi seu primeiro romance

No entanto é O Quinze

Que teria grande alcance

Em todo Sul e Sudeste

Pois a seca no Nordeste

Seria seu grande lance.

Como todo bom profeta

Em sua terra natal

No Ceará, não vendeu

Nem foi discussão central

Mas no Sul foi um sucesso,

Aí ela teve acesso

Ao mercado nacional.

Aí, sim, os cearenses

Deram o braço a torcer,

Viram que a jovem escritora

Ia mesmo acontecer,

Pois já era jornalista

E, agora, romancista.

O Quinze, todos queriam ler.

Muito embora já houvesse

Despertado a atenção

Do poeta Antônio Sales

Com sua publicação

E até Beni de Carvalho,

Só agora seu trabalho

Ganhava repercussão.

Seu único emprego público

Foi na Escola Normal

Professora de história.

E um fato especial

É que ela era mais nova

Que suas alunas, prova

Que ela era genial.

A esta época, Rachel

Já tinha dezoito anos

Já era O Quinze, um sucesso

E ela em todos os planos

O seu nome projetava,

Grandes rodas freqüentava

Dos poetas veteranos.

Foi aí que foi eleita

Rainha dos Estudantes,

Concurso que ela mesma

Três ou quatro anos antes

Como “Rita de Queluz”

Maior bafafá produz

Com críticas ironizantes.

Contam que na cerimônia

De sua coroação

Uma notícia a fez

Jogar a coroa no chão:

-Mataram João Pessoa!

Como Jornalista boa

Foi fazer a apuração.

Alguém disse: -Mas, Rachel!!!

Talvez uma normalista.

Rachel disse: -Com licença,

Por favor! Sou jornalista.

Preciso cobrir os fatos,

Pois os jornalistas natos

Não perdem nada de vista.

Só após a cobertura

Da morte de João Pessoa,

A Rainha dos Estudantes

Colocou sua coroa

Já com o nome consagrado

Foi curtir o seu “Reinado”

Com os “súditos” numa boa.

Sua Militância Política

No Partido Comunista

Lhe meteu em muitas broncas,

Mas por ser a Romancista

Adepta do marxismo

Tornou-se no Comunismo

Uma grande articulista.

Combateu a Ditadura

Durante a Revolução

De trinta e dois em São Paulo

E no Regime de então

Getúlio era o Ditador

E Prestes, o Salvador

Da Pátria, nossa Nação.

Nesse tempo já não era

Professora interina

Lá da Escola Normal

Era outra, a disciplina:

Da Política Partidária,

Entre a vida literária

E a vida clandestina.

Mas rompeu com o Partido

A militante fiel

Por causa de um Romance

Intitulado João Miguel

Ao Partido apresentado

E pelo mesmo censurado

Como mostro no cordel.

No Romance, João Miguel

Era um bêbado campesino

Que de outro, igualmente,

Tornava-se assassino

Deram-lhe ordens cruéis

Que invertesse os papeis

E mudasse tal destino.

Moça rica, loura e filha

De um grande coronel

Esta, era a “heroína”

Enquanto o outro papel

Da moça pobre e inculta

Na vida de prostituta

Ganhava a vida em bordel.

Deveria o papel

Da moça loura e nobre

Agora ser invertido

No papel da moça pobre

Que tornava-se “heroína”

Desta gente campesina

P'ra que a trama se desdobre.

Mas Rachel não aceitou

Aquelas ordens contrárias

Pois não viu nos companheiros

As condições literárias

De opinarem sobre a obra

E saiu “feita uma cobra”

Nunca mais foi às plenárias.

Deixou o “banco dos réus”,

A impulsiva escritora.

Do Partido Comunista

Agora era “desertora”

E a Romance João Miguel

Obra-prima de Rachel

Foi intacto p'ra Editora.

No ano de trinta e um

Já no Pós-Revolução

Volta ao Rio de Janeiro

Para uma premiação

Da Fundação Graça Aranha,

Cujo prêmio ela ganha

Com O Quinze, ficção.

Foi aí que conheceu

Escritores importantes,

Como o próprio Graça Aranha,

Um dos homens mais brilhantes,

Que as suas obras já lia,

Como Otávio de Faria

E muitos outros gigantes.

Também foi nessa viagem

De glamour e poesia

Que conhecera Zé Auto

Em Recife, quando ia

Do Ceará para o Rio

Na passagem do navio

Por aquela freguesia.

Zé Auto, um pernambucano

Bancário bem sucedido,

Se apaixonou por Rachel

E a poeta, era metido!

Rolou um “clima” entre os dois,

Mas só um ano depois

Viria a ser seu marido.

Casaram-se no Pici,

O Sítio de Fortaleza,

Em quatorze de dezembro

De trinta e dois, com certeza.

Usou um vestido dado

por sua mãe e bordado,

Linho branco, uma beleza!

A Senhorita Rachel

Passa então a ser Senhora

Vai morar em Itabuna,

Na Bahia. Vai embora

Deixando muita saudade

E nesta longínqua cidade

De saudades também chora.

Pois Zé Auto, como disse,

Bancário bem sucedido,

Para a agência de Itabuna

Tinha sido transferido

Cabia agora à Rachel,

Como esposa fiel,

Acompanhar o marido.

Embarcou para Bahia

O casal rescém-casado

E, depois, para Ilhéus

Onde o escritor Jorge Amado

Os recebeu muito bem

E de lá pegaram o trem

Pr'o Destino desejado.

Ao chegar em Itabuna

Alugaram um sobradinho

Perto da beira do rio,

Coisa simples, simplesinho,

Para os dois, suficiente.

Rachel, uns enjoos sente.

Já seria um bebezinho?

Pois não é que era mesmo

Clotildinha, que nasceu

Prematura, mas saudável

E rapidamente cresceu

Pois foi bem amamentada.

Mesmo sendo bem cuidada

Tempos depois, faleceu.

Foi um período difícil

O da sua gestação

Febre, enjoo, impaludismo

Dosado com solidão

E com a saúde em perigo

Até que um anjo amigo

Chegou p'ra lhe dar a mão.

Carmelita, era o anjo,

Alta, forte, solidária,

Olhar firme, pele negra,

Talvez sexagenária.

Inclusive, há quem diga,

Que ela fora rapariga,

Tinha vida solitária.

Trouxe consigo um baú

Pois haveres ela tinha,

Porcelana, copos finos,

Toalha de alta linha,

Quando visita chegava

Abria o baú e tirava,

Coisa de fada madrinha!

Outra figura marcante

Foi o índio Tabitê,

Moleque astuto e traquino

Como um Saci Pererê,

Mas Rachel gostava dele

Pois moleque como aquele

Não é sempre que se vê.

Quando Rachel foi embora

O indiozinho ficou

Com Carmelita, o anjo,

Que dela tanto cuidou

Até Cildo aparecer

E à tribo o devolver

Pois foi quem o raptou.

Cildo era indianista

E amigo de Rachel,

Irmão de Chico Meireles

Que tinha o mesmo papel

De pesquisar os indígenas

Como fossem alienígenas

Do “Planeta de Noel”.

Mas parece que o destino

De Rachel não tem desvio

Zé Auto foi transferido,

Adivinha? Para o Rio!

No entanto a transferência

De cidade e de agência

Trouxe um novo desafio.

Pois não foi efetivada

Lá no Rio de Janeiro

Foi mudada p'ra São Paulo

Haja chão, haja dinheiro.

Mas na “Terra da Garoa”

Levou uma vida boa

Ao lado do companheiro.

Inicia um novo ciclo

Na sua vida literária

Juntou-se aos Trotskistas

De corrente partidária

Parecida com a sua

Pois sua paixão continua

Pela causa operária.

Isso foi em trinta e três

Sob forte Repressão

Pois São Paulo em trinta e dois

Perdeu a Revolução

E Getúlio endurecia

Quem quer que fosse, prendia,

Se fizesse oposição.

Mas Rachel não se curvou

Diante àquele Regime

Algumas vezes foi presa

Com mais outros do seu time

Ela, por ser comunista,

Na época, era mal vista

Tinha que pagar pelo “crime”.

Rachel voltou a dar aulas

Pois era boa professora

Desta vez, particular.

Traduzia para uma Editora

Obra grande e pequena

Era a Editora Atena

Que apostou na escritora.

Mas no fim de trinta e quatro

Deu-se um fato lastimante

Zé Auto, mesmo não sendo

Comunista Militante,

Nem expressar rebeldias,

Foi preso por 15 dias

Só por ser simpatizante.

Ficou muito amargurado,

Revoltado e deprimido,

Então para o Ceará

Pediu p'ra ser transferido

E Rachel seria lançada

Candidata a deputada

Com indicação do Partido.

Partido Socialista

O qual tinha aliança

Com o Partido Comunista

E Rachel, por ter liderança

Foi a pessoa indicada

Pois não tinha medo de nada

E todos lhe tinham confiança.

Ao chegar em Fortaleza

Sua querida terrinha,

Clotilde tomou nos braços

Sua neta, Clotildinha,

Foi uma alegria só

Ver nos braços da avó

Sua querida filhinha.

A campanha começou

Com discursos inflamados,

Rachel e seus companheiros

Foram muito bem votados,

Mas, segundo informação,

Na hora da apuração

Foram todos “degolados”.

Isso por que o Governo

De Getúlio é quem mandava

Em todo o Legislativo

Que a votação apurava

Nem com votação sublime

Quem fosse contra o Regime?

Ganhava, mas não levava!

Mas a vida de Rachel

Mudaria bruscamente

Perde a filha, Clotildinha,

Que morre precocemente,

Vítima de uma meningite,

Que matava da elite

À população carente.

Outra perda irreparável

Que lhe traria desgosto

Foi de Flávio, irmão do meio,

Que ainda jovem e disposto

Em três meses, partiria,

Vítima duma Septicemia,

Uma espinha no rosto.

Estas perdas a Rachel

Trouxeram grande amargura.

O casamento, também,

Já não era de doçura.

Para fugir da tristeza

Um emprego em Fortaleza

No comércio, ela procura.

Fez carreira muito rápido

Numa grande Exportadora,

Ganhando um belo salário

Na carreira promissora,

Mas que não a fez feliz

Pois o que ela sempre quis

foi mesmo ser escritora.

Dane-se o bom emprego!

Dane-se o bom salário!

Rachel viu que o seu negócio

Era o mundo literário

P'ra isso tinha apetite

Ah, e também pediu desquite

De Zé Auto, o bancário.

Voltou a morar no Rio

Pois o destino lhe chama

Para brilhar como estrela,

Para conhecer Oyama,

O seu segundo marido,

Homem fino e polido,

Um médico de muita fama.

Este é um novo capítulo

Que pretendo resumir,

Para o amigo leitor

Entender e refletir

Sobre a vida de Rachel,

Resumida em cordel

E a leitura, repetir.

No Rio fez muitos amigos

Nova vida começou.

Seu trabalho jornalístico,

Este, se consolidou

E também como escritora

Pois com uma grande Editora

Contrato logo fechou.

Viajou para Europa,

Conheceu vários países

Ao lado de Oyama,

Foram dias muito felizes.

O Rio foi seu apogeu,

Mas Rachel nunca rompeu

Os laços com suas raízes.

O Junco, segundo ela,

Foi um pedaço de chão

“Que esteve sempre preso

Dentro do seu coração”,

Mesmo não nascendo lá

Sempre teve em Quixadá

Seu refúgio no Sertão.

O Velho Açude do Junco,

“Com sua água ferrugenta

Tinturada pelo barro”

Como ela mesma comenta

No seu livro Tantos Anos,

Afogava os desenganos

Na sua água barrenta.

Porém, doce e sadia

Água boa de beber.

Na represa, as vazantes

Dava gosto de se ver

E a Velha Umarizeira,

Debruçada à cabeceira,

Vendo a vida acontecer.

A Casa Velha do Junco

Com o tempo não ruiu,

Sob chuva, sol e vento

Aos anos resistiu

Para contar a história

De um passado de glória

Que por ali, existiu.

As lembranças de Rachel

P'ra sempre vão existir.

Da Velha Estação do Junco,

Do último trem, a partir.

Alguém grita: -Não me deixes!

Não me deixes, não me deixes,

Meu amor, eu quero ir.

Quero ir, não sei p'ra onde

Talvez um Reino Encantado!

P'ra Fazenda Não Me Deixes!

Paraíso tão sonhado

Que Rachel construiria

E ali, reviveria

No presente, o seu passado.

Foi lá que ela recebeu

Amigos de muito apreço,

Políticos e escritores

Já sabiam o endereço

E a data que ela vinha

Do Rio para a terrinha

Que p'ra ela não tinha preço.

Entrou para a ABL,

Sendo a primeira mulher

A se tornar Imortal

Pois na vida seu mister

Foi se ocupar da escrita,

Quem faz o que acredita

Consegue tudo que quer.

Sua posse na ABL

Foi algo fenomenal.

Sendo a primeira mulher

A se tornar Imortal,

O Brasil comemorou

E a imprensa enfatizou

A nível nacional.

Mulher de grande visão

De verve alencarina,

Aliás, tinha no sangue

Esta poesia fina

Da parte de Alencar

Que nela veio aflorar

Ainda quando menina.

Pois sua mãe, dona Clotilde,

Tinha um forte parentesco

Com José de Alencar,

O escritor gigantesco

Que escreveu Iracema

O mais completo poema

Deste povo pitoresco.

Rachel perdeu muito cedo

A sua única filhinha!

Quando sua mãe morreu

Cuidou da irmã Isinha,

Como filha a educou

E mais uma vez provou

O grande amor que lhe tinha.

Oyama também tratou

A menina como filha,

Que cresceu com o casal

Lendo na mesma cartilha

Sem aos princípios, fugir

Até casar com Namir

E seguir uma nova trilha.

Chegou o primeiro “neto”

Foi uma alegria só.

Oyama virou vovô

E Rachel? Virou vovó!

Ela ao “netinho” ama

Especialmente Oyama,

Flávio era seu xodó.

Depois, o segundo “neto”,

Daniel, outro presente.

Os dois, Oyama e Rachel,

Amam incondicionalmente.

No que foram compensados

Pois os “netos” tão amados

Os amam eternamente.

Escreveu para o teatro.

Lançou obras infantis,

Publicou inúmeras crônicas

No romance foi feliz,

Quando O Quinze escreveu,

Pois foi este que lhe deu

Fama em todo País.

Destaco outros romances

Como Dôra, Doralina,

Memorial de Maria

Moura, outra heroína

Que foi sucesso total

Na Minissérie Global,

E a todo mundo, fascina.

Só quem leu As Três Marias

Sabe da sua beleza,

Ou O Caminho de Pedras

Que romance! que riqueza!

Bem como O Galo de Ouro,

Cujas obras são tesouro

De primeiríssima grandeza.

Dentre as crônicas memoráveis,

Que a poesia suporta,

Destaco O Homem e o Tempo,

A Donzela e a Moura Torta,

O Caçador de Tatu

Com seu cão, feito um zebu

Corta a mata e não se corta.

No belo mundo infantil

Reina a imaginação

Andira e O Menino Mágico

São de sua criação

Cafute e Pena-de-Prata

Histórias que ela relata

Com magia e emoção.

Sua fé não era forte,

Mas tinha um bom coração.

Esteve em Juazeiro

Com Padre Cícero Romão

E confessa que tomou

A mão do padre e beijou

Pedindo a sua benção.

Reconheceu santidade

Naquele religioso,

Seu modo de vida simples,

Seu coração caridoso,

Somado ao seu intelecto

Formatava o aspecto

De um santo milagroso.

Dia quatro de novembro

Do ano dois mil e três,

Rachel de Queiroz partiu,

Deixando na viuvez

A nossa Literatura

E hoje o mundo procura

Conhecer o que ela fez.

Rachel foi em sua vida

Dinâmica em todos os planos,

Nem a mais bela das musas,

Nem o maior dos decanos

A ela fizeram par

E quem quiser comprovar

Leia o livro Tantos Anos.

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