TIRADENTES E A INCONFIDÊNCIA MINEIRA

01

No tempo colonial

A Corte de Portugal

Estava fazendo mal

Para o povo brasileiro;

E foi no solo mineiro

Que essa história teve início,

Findando com sacrifício

Daquele herói verdadeiro.

02

Nossa gente tributada

De maneira exagerada

Daquilo estava cansada:

Impostos altos, insanos!

Além disso, os lusitanos

Com normas de impedimento

Contra progresso e fomento

Frustravam os nossos planos.

03

Vigorava uma opressão

E também exploração

Dos ouros na região

Que era grande produtora.

Da lavra mineradora,

Os lusos quintos cobravam,

Vinte por cento levavam

Pra terra dominadora.

04

As reservas do metal

Caminhavam pro final,

Mas sem cessar, no local,

A cobrança da coroa

Que pra ficar numa boa

Criou a tal de Derrama,

Ficou grave o panorama

Com as ordens de Lisboa.

05

A Derrama consistia

Em forçar quem produzia

A entregar certa quantia:

Por ano, eram cem arrobas.

As forças do rei, não bobas,

Não cumpridas exigências,

Pertences das residências

Tiravam, cruéis, improbas.

06

Perante a situação,

A nossa população

Procurava solução,

Frear aquela indecência.

Por causa da intransigência,

Ante as dores do problema,

Ficou bem mais forte o tema

De chegar à independência.

07

Uma turma reunida

Imaginou a saída

Pra não ser mais oprimida

E o Brasil ser libertado.

O grupo foi liderado

Por um alferes, enfim.

O seu nome era Joaquim, (*)

O Tiradentes falado.

08

Os ditos inconfidentes,

Com seu líder Tiradentes,

Tinham firme em suas mentes

A proposta patriótica

E segundo a sua ótica

Precisavam se mexer

No intuito de reverter

A coisa, demais caótica.

09

O citado agrupamento

Agendou enfrentamento

Quando do acontecimento

Da Derrama no país

Porque sempre o apoio quis

Da população irada

E deveras revoltada

Com aqueles atos vis.

10

Porém, matando a esperança,

Um xará da liderança (**)

Traiu sua confiança,

Delatou toda a intenção:

Em troca de ter perdão

Para as dívidas que tinha,

Sua atitude mesquinha

Decretou a frustração.

11

Logo após aprisionados

E pro Rio encaminhados,

Todos foram acusados

De infiéis à monarquia.

Parte dos homens iria

Rumo a outro continente.

O líder inconfidente

Pena diversa teria.

12

Ao chefe do movimento

Um castigo mais sangrento:

Morte por enforcamento,

Passada em vinte e um de abril.

Foi-se um mártir não servil,

Contudo, deixou plantada

A semente da esperada

Liberdade do Brasil!

(*) Joaquim José da Silva Xavier

(**) Joaquim Silvério dos Reis