A LITERATURA BRASILEIRA EM CORDEL II: O BARROCO

O BARROCO

O Barroco, outra escola

Da Era Colonial,

Foi bastante importante,

Muito tradicional;

É a escola do contraste,

Expressa a dualidade:

Terreno e celestial.

O Barroco teve início

Com a tal “Prosopopéia”,

Em mil seiscentos e um,

Uma bela epopéia

Feita por Bento Teixeira,

Sobre a nação portuguesa

E teve grande platéia.

O Barroco apresenta

Um profundo dinamismo,

Imaginação, audácia

E exagero excessivo;

Preocupa-se com a beleza,

Mas tem a grande fraqueza:

É de leitura difícil.

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Barroco, inicialmente,

Foi julgado monstruoso,

Predominante no século

Dezessete e no dezoito;

Fenômeno da pintura,

Escultura e arquitetura,

Considerado mau gosto.

Depois disso começou

A ser mais valorizado,

Nas demonstrações artísticas,

Foi bastante contemplado;

De linguagem rebuscada,

Retórica aprimorada,

Passou a ser respeitado.

Por uma mentalidade

Muito pós-renascentista,

O Barroco foi marcando

A mente de seus artistas,

Com valores medievais,

Cristãos e sentimentais,

Fez uma arte bonita.

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Pode dizer que o Barroco

Apresenta oscilação,

Misticismo, erotismo,

Crença, fé, também razão;

O homem vive em conflito,

Totalmente dividido:

Prazer ou religião?

É um homem dividido,

Totalmente sem saída,

Entre os mistérios da morte

E os prazeres da vida,

Ele é material,

Às vezes espiritual,

Ainda há essa briga.

A bela arte barroca

É bastante rebuscada,

Com figuras de linguagem

Ela foi elaborada,

Com antítese e artifícios,

Fazendo textos bonitos,

Tornou-se exagerada.

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Duas tendências dominam

Aquela literatura:

Cultismo e Conceptismo,

Que até hoje ainda duram;

O culto às formas perfeitas,

Jogo de idéias bem-feitas

Deixou obras obscuras.

Seus autores, suas obras

São de bastante valor,

Como o Bento Teixeira

Que é o grande escritor

Da obra “Prosopopéia”,

Que é uma epopéia,

Escrita com muito amor.

Gregório de Matos é,

Do Barroco brasileiro,

Nosso maior escritor,

Já que não era estrangeiro;

Escreveu obras satíricas,

Religiosas e líricas,

E era muito matreiro.

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Por causa de suas sátiras

Ferinas, foi conhecido,

Como “Boca do Inferno”,

Pois era muito atrevido,

Criticava os políticos,

Homem, mulher e menino,

Era um escritor sabido.

O Padre Antônio Vieira

Destacou-se foi na prosa.

O maior escritor sacro

Deixou magnífica obra,

Como os sermões e as cartas,

Até hoje comentadas

Por sua grande oratória.

Cláudio Manuel da Costa

Terminou com essa história,

Com suas “Obras Poéticas”

Com valor e muita glória,

Mil setecentos e oito,

Esfriou-se o Barroco

E o Arcadismo vigora.

Carlinhos Cordel
Enviado por Carlinhos Cordel em 16/04/2010
Reeditado em 29/10/2014
Código do texto: T2201543
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