A "FAZENDA" RASGOU
Antônio de sobrenome Padeiro
Pessoa boa, homem ordeiro
Tinha de tudo um pouquinho
Em sua loja de armarinhos
Recebia todos com muita alegria
Amigos, clientes, parceiros, família
Bom de papo, com um linguajar fino
Chegasse chorando, saía sorrindo
Certo dia uma bela senhora
De exuberantes “castanholas”
Toda contente veio à venda
Queria ver suas fazendas
Antônio Padeiro, venha logo!
Deixa eu ver suas fazendas
Chita, Seda ou Panamá
Para roupas dos meninos
Eu mesma costurar
Antônio todo empolgado
Em realizar boa venda
Não tardou desenrolar
Todas as suas fazendas
No meio de tanta "panaiada"
A freguesa toda encantada
Apontou como dedo a Chita
Aquela ali, vermelha rosada!
Bem depressa o Sr. Antônio
Desenrolou belo pano
E pra agradar a comadre
Foi falando da qualidade
Mas na primeira desenrolada
O belo pano pôs-se a rasgar
Contradizendo o vendeiro
Que discursava a elogiar.
E pra remendar a palavra
Ao bendito pano dedicada
Remendou Sr. Antônio
Numa bela escapada:
_ Veja só minha senhora, que essa porcaria não vale nada!