JOÃO BEBUM E SUAS HISTÓRIAS
João Bebum era um sujeito
Muito doido e engraçado
Que morou na minha rua
Só vivia embriagado
Por isso onde passava
Todo mundo assim gritava:
Ô João abilolado!
Festa que João não ia
Não tinha nenhuma graça
Pois João se embriagava
Tomava toda cachaça
Fazia uma anarquia
Era a maior alegria
Depois ficava de graça.
João Bebum bebia tanto
De bêbado desmaiava
Nessa hora os moleques
Com ele faziam farra
Pitavam todo seu rosto
De carvão e batom roxo
E ele se aperreava.
02
Quando o João se acordava
Era a maior confusão
Xingava até a mãe do padre
Dizia mil palavrão
Corria atrás dos moleques
Chamando-os filhos da peste
Só se via a mangação.
Um dia presenciei
Uma cena muito rara
João Bebum estava sóbrio
Não tinha enchido a cara
Mas a mulher o bateu
Ele se escafedeu
Foi tomar outra cachaça.
João Bebum entrou num bar
Tomou logo três cachaças
O do balcão perguntou
- Por que, João, tanta raiva?
Ele logo respondeu:
- Não se meta seu Zaqueu!
Vou afogar minhas mágoas.
03
Certa vez nosso Bebum
Aprontou mil peripécias
Bebeu tanto que endoidou
Deu-lhe a gota da molesta
Quebrou toda sua casa
Saiu nu pela calçada
Gritando: Hoje tem festa!
Quando ele saiu nu
Correndo pelas calçadas
O povo se espantou
Fez a maior algazarra
Lá no fundo uma véia
Com a cara cheia de péia
Disse: João, você me acaba!
Depois disso o João
Correu atrás de um menino
Derrubou um pobre homem
Foi aquele desatino
Todos ficaram com medo
Daquele horroroso bêbado
E seu terrível destino.
04
Depois dessa confusão
João foi parar na cadeia
Desacatou a polícia
Levou uma grande peia
Não podia ver um soldado
Ficava todo mijado
Lembrando da bebedeira.
Desse dia em diante
O João ficou quieto
Passou dias sem beber
Nem passava num boteco
Mas depois de um sufoco
Voltou a beber de novo
E foi o maior inferno.
Naquele dia o João
Tomou todas as cachaças
Levou uma grande queda
Foi tremenda a desgraça
A cara ficou quebrada
A perna toda esfolada
E ele ficou sem graça.
05
O João ficou sem graça
Pois pra onde ele ia
O povo tirava onda
Era a maior zombaria
Dizendo: Lá vai João
O cabeça de melão
Por isso, ele fugia.
Uma vez ele bebeu
E ficou namorador
Paquerou todas as moças
Com uma se engraçou
Foi a maior curtição
E rolando pelo chão
Os dois fizeram amor.
Quando foi no outro dia
Não lembrava do que fez
Os moleques bagunceiros
Disseram-lhe de uma vez
- João, sabe quem é Maria?
- Aquela, daquele dia?
É um peste de um gay.
06
Foi a maior gozação
Com o pobre do João
Que ficou envergonhado
Com a tal situação
Desse dia em diante
Não quis saber de amante
Nem entrar em confusão.
Outro dia o João
Encontrou um aleijado
Inventou de tirar onda
Com o desafortunado
Mas levou foi uma pisa
De chicote e de tabica
Que ficou todo marcado.
Em um bar, um certo dia
Com um cego ele topou
Começaram discutir
E o cego assim falou:
- João, tu não és de nada
- És bebedor de cachaça
E ele se infernizou.
07
Sendo desmoralizado
Por aquele pobre cego
O João se irritou
Disse: um dia eu te pego
Quando ele se distraiu
João Bebum então surgiu
E lhe deu um peteleco.
Todos que viram a cena
Com o João se irritaram
Deram-lhe uma grande surra
E do bar lhe expulsaram
O João saiu correndo
E o povo lhe maldizendo
Com ele assim falaram:
O João é cachaceiro
É bebão, é um bobão
Apanhou de um aleijado
Deu num cego à traição
E ouvindo aquela quadra
Ele não dizia nada
Mas aprendeu a lição.
08
Todo bebum fica rico
Brabo e apaixonado
É também namorador
Mas cuidado com viado
Depois vêm as conseqüências
Pega um monte de doenças
Por isso, amigo, cuidado!
C aro leitor, meu amigo
A gora vou terminar
R ezando para o João
L ogo, logo se curar
O s que bebem, fiquem espertos
S óbrios, pra não mais errar.
S obre aquele João Bebum
O nde ele foi viver
A gora crie vergonha
R eze pra não mais beber
E se beber que se cuide
S e não muito vai sofrer.