OUTRO TEMA

OUTRO TEMA

Já cansado desse tema:

falar somente do amor,

com ela no pensamento,

sendo sempre um sofredor,

fui procurar no cordel

um verso menos cruel,

mas que agradasse ao leitor.

Andei nos vales, montanhas,

pelas campinas em flor.

O sol queimava o meu rosto,

eu só pensava no amor.

Como é duro suportar!

Segui, então, para o mar,

para ser mergulhador.

Mergulhei lá no oceano,

nas cavernas abissais.

Achei muitas coisas raras,

mas prossegui com meus ais.

É mais forte do que eu,

o mal que em mim se inscreveu,

e não me deixou jamais.

Eu procurei num jardim

um tema mais adequado.

Por entre as flores andei

mas nada foi encontrado.

Ah, assim eu não aguento!

Não sai do meu pensamento,

aquele amor do passado.

Passei por terras estranhas,

fiz coisas que nunca fiz.

Cantei nas minhas serestas

a canção que não condiz

com meu jeito de poeta

que busca a forma discreta

de viver e ser feliz.

Como é penoso encontrar

um tema fora do amor!

Quando eu lembro os olhos dela,

daquele olhar sedutor,

não há como resistir,

volta o pranto a residir

nos olhos do trovador.

Sei que um dia eu partirei,

não de cidade em cidade,

mas pra tentar bem distante

esquecer essa saudade.

Vou resolver meu problema,

eu hei de achar outro tema

no jardim da eternidade.

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Obrigado, amiga Isabelle, pela colaboração.

No jardim da eternidade

o tema será só amor.

Será a nossa verdade

sem sofrimento, sem dor;

pois lá no andar de cima

não sentimos solidão

nem mesmo para esta rima,

nos diz a inspiração.

ISABELLE MARA

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 31/03/2010
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T2170269
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