PARADA OBRIGATÓRIA
Contra ‘blitz’ nada tenho
Tem a sua serventia
Andar legal eu me empenho
Aprecio a cortesia
Devagar eu vou guiando
Do cinto faço questão
Os pedestres respeitando
Dirigindo co’ atenção
E toda vez que acontece
Uma ‘blitz’ no caminho
O guarda sempre aparece
Manda parar um pouquinho
Pede logo o documento
Ao redor ele circula
A carteira lhe apresento
Mas com outro confabula
Pode seguir tudo certo
O policial me ordena
Um sorriso eu lhe oferto
E vou-me embora serena
Certa vez eu fui parada
Foi pedido o documento
Minha bolsa revirada
Eu lhe disse um momento
Retirei tudo o que havia
Não conseguia encontrar
O guarda tudo assistia
Até cansou de esperar
Tudo bem disse o soldado
Se afastando do lugar
Insisti pra ser mostrado
Eu parei! Tem que olhar!
Ele se voltou zangado
Vá saindo, eu já falei
Está bem, muito obrigado
Então a bolsa guardei
Outro dia fui parada
Seguindo a mesma rotina
A carteira apresentada
O guarda a examina
As taxas pagas em dia
O carro inspecionado
Passou pela vistoria
Não havia nada errado
O guarda é insistente
O colega foi chamado
‘Guiar com uso de lente’
Na carteira é averbado
Argumento a lente escura
Melhora a fotofobia
Garante visão segura
Ao dirigir todo o dia
Buscando maior certeza
Qual o grau me perguntou
Eu respondi com firmeza
O doutor que receitou
Finalmente liberada
Na estrada eu acelero
Dou um adeus à moçada
E grito o meu grau é zero!