As calcinhas da Lili .
Autor: Daniel Fiúza
31/05/2004
As calcinhas da Lili
Afirmo: são como ela
Relevando o trocadilho
Tem azul, verde-amarela
Sutis e surpreendentes
Portas jóias aparentes
Duma flor cheirosa e bela.
No predicado que apela
De seda ou de algodão
Tanguinha ou tradicional
É pra chamar atenção
Sendo o estilo da dona
Mesmo que fosse de lona
Matava-me de paixão.
Fazem-me judiação
com o aroma que emana
de terra, chuva ou mar
eita cheirinho bacana
o próprio cheiro do amor
despertando o sabor
desse poder que ufana.
Ela nunca que engana
Na beleza e sutileza
Nesses bordados finos
Destacando a beleza
Guardando tanto segredo
Entre coragem e medo
Abriga amor e pureza.
Eu penso, mas sem certeza
Ávidas mãos lhe tocando
Se selvagem ou carinhosa
Na paixão se espalhando
Se quieta ou cautelosa
Quando descobrir a rosa
Vulcão em lava amando.
Aos olhos escravizando
Fetiche e doce desejo
Um baú cheio de sonho
No sonho que eu almejo
Prefiro no corpo dela
A calcinha mais singela
Alucinado eu prevejo.
Nessa vontade ensejo
Qualquer veludo ou cetim
Infantis com bichinhos
destilando seu carmim
Calcinhas da cor do céu
Com seu gostinho de mel
São diamantes pra mim.