Cordé
Vóis sunce aduvidô de vê perambulá
Por esses lugar qui dá medo inté de falá?
Ôce intão num sabia do que tava falano.
Pois vô intão li contá, dos lugar adonde andei...
Passei de piqueno, pelos zóio da medonha
I a danada mi oiô com seus zóis dispanto
Que de tão marvado que era...
Abriu o caminho pra mim podê passá.
E, num porte um poco maior...
Trupiquei nos passo do tinhoso
Que, logo sartô pro lado
Pra mim podê continuá andando sem se incomodá.
Crescidinha já me achava...
Quando se esbarrei foi cos dois junto.
Qui me dissero qui meu caminho cabava ali memo.
Na minha farta de pensá...
Pinchei pro lado a bagage
Que tava começano a pezá.
Matutei um poco cas mão no borso
Pra vê se dava pra mi escapá.
Por sorte que tenho na vida...
Bulí no fundo da gibera, i achei meu patuá.
Ah! Mais os danado fugiro tão ligero
Que inté nem deu tempo di apercebê.
Intão trotei mais ligero qui eles
E, fui pará notra estória.
Já meio véia, quase de idade tava eu
Mi incontrei cum bicho tão feio
Que arrupiô a minha iscadera...
Me acheguei bem de perto pra vê
Pois num sô de corrê de bestera.
Óia só o que era a coisa...
Era eu me oiando no ispêio!