A RAPOSA E AS UVAS *
A raposa passeava
No meio de um pomar
Morrendo de fome olhava
Para as uvas do lugar
Ela estava calorenta
E falou muito sedenta
"Essas frutas vou pegar"
"Devem ser deliciosas"
Pensou ela, bem feliz
"Docinhas e apetitosas"
Com água na boca, diz
"São vistosas e tão belas
Estou precisando delas"
Apanhar as uvas quis
"Deve ser facinho, eu acho"
Imagina a nossa amiga
"Alcançar aquele cacho
Pra que eu logo consiga
Só preciso dum pulinho
Vou comer ele todinho
E encher minha barriga"
Desse jeito ela fez
Pra chegar na tal videira
Saltou mais de uma vez
Tentou tudo que é maneira
Não tendo nenhum sucesso
Pois não conseguiu acesso
Desistiu, tanta a canseira
Muito triste foi embora
Sem pegar o que queria
Por consolo nessa hora
A si mesma ela dizia
"Se prestar bem atenção
As uvas verdes estão"
Desdenhando, anuncia
Da estória aqui contada
Fica pra gente a moral
A fruta foi desprezada
Pelo citado animal
Por não ser, pois, conseguida
E não ter sido comida
A desculpa é natural
* Adaptação em cordel da famosa fábula de Esopo.
A raposa passeava
No meio de um pomar
Morrendo de fome olhava
Para as uvas do lugar
Ela estava calorenta
E falou muito sedenta
"Essas frutas vou pegar"
"Devem ser deliciosas"
Pensou ela, bem feliz
"Docinhas e apetitosas"
Com água na boca, diz
"São vistosas e tão belas
Estou precisando delas"
Apanhar as uvas quis
"Deve ser facinho, eu acho"
Imagina a nossa amiga
"Alcançar aquele cacho
Pra que eu logo consiga
Só preciso dum pulinho
Vou comer ele todinho
E encher minha barriga"
Desse jeito ela fez
Pra chegar na tal videira
Saltou mais de uma vez
Tentou tudo que é maneira
Não tendo nenhum sucesso
Pois não conseguiu acesso
Desistiu, tanta a canseira
Muito triste foi embora
Sem pegar o que queria
Por consolo nessa hora
A si mesma ela dizia
"Se prestar bem atenção
As uvas verdes estão"
Desdenhando, anuncia
Da estória aqui contada
Fica pra gente a moral
A fruta foi desprezada
Pelo citado animal
Por não ser, pois, conseguida
E não ter sido comida
A desculpa é natural
* Adaptação em cordel da famosa fábula de Esopo.