PELA MARCA DA CERVEJA DIGO SUA INTENÇÃO.

Pra Heliodoro de Morais

O nome dá a profissão.

Pela marca da cerveja

Digo qual é a intenção,

Do sujeito bebedor

Aqui na nossa Nação.

Pelo nome da cerveja

O sujeito se revela.

Se ele gosta de mulher

Se é ele ou é ela.

Pois todo cabra macho

Toma Patrícia, ou Stela.

Porém se não é chegado

Mesmo muito a mulher.

Mas que ser imperador

Não importa onde estiver

Bebe uma cerveja merda

A tal Kaiser ele quer.

Sujeito da sociedade

Que não vai ao futebol.

Que nunca freqüenta a praia

Não curte muito o sol

O sujeito é chegado

A tomar uma Skol.

Cara que gosta de farra

Em cabaré vida passa.

Jogo, bebida, mulher

Foi a sua maior desgraça

Esse cara é bebedor

Da boa cerveja Devassa.

Aquele que sempre faz

Na vida tudo normal.

E nunca não tomou um porre

Por ser vulgar e banal.

Bebe com moderação

Só toma Original.

O cara que gosta da noite

E beber não é blasfêmia.

Curte com a namorada

A sua querida Noêmia.

O sujeito é bebedor

Da boa cerveja Boêmia.

O sujeito temente a deus

A quem somente ele ama.

Não sai com outra mulher

Com a dele vai pra cama

E gosta de divindades

Por isso só bebe Brahma.

Quem gosta de transparência,

Acima do bem, do mal.

Um sujeito bem metido

Que se acha mesmo o tal

É um cara que só bebe

Cerveja ruim: Cristal

Há quem gosta da Nortenha,

Ou outra muito mais catártica,

A Kilmes, Primus, Nobel,

Muito forte, bem aspártica

Que leva a vida numa Boa

E só bebe nossa Antártica.

Quem não gosta de cerveja,

Bebe quente até no Sol.

Não importa qual a marca,

Todas são do mesmo rol.

Pra esse qualquer uma serve

Bebem até Schincariol.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, MARÇO/2010