SINA DE POETA
Tire-me todos os títulos,
Menos, o de poeta!
É minha força de sansão,
E do cupido, a minha seta.
Minha vida, minha razão,
Minha forma de expressão,
Meu destino em linha reta.
Deixe-me nu, eu não me importo,
Mas deixe-me um lápis e um caderno!
Pois conquisto tudo de novo,
Tornando-me ainda, eterno!
Diante da circunstância,
Meço com passos, a distância,
Se mais perto do céu ou do inferno.
Não tenho meias palavras,
Pra dizer o tudo que sinto,
Meus valores são explícitos,
Por isso que nunca minto.
Evito as contradições,
Enalteço as emoções,
Ainda, que no labirinto.
Escrever é minha sina,
Está no meu DNA,
Minha válvula de escape,
Não vejo o tempo passar.
É meu chão, a minha base,
Anunciada em cada frase,
É minha forma de amar.
Atividade prazerosa,
Pra muitos é coisa séria,
Por isso que tem valor,
Sobrepõe à lei da matéria.
É fonte da árvore da vida,
Da chegada à partida,
Aproveito ao máximo as férias!
Não tenho medo de perder,
O vil metal que conquistei,
Mas, eu morreria de desgosto,
Se eu afirmasse: -Abdiquei!
Dos meus textos, poesias,
Das minhas ricas fantasias,
Do meu sonho de ser rei.
Meu reinado é metafórico é claro...
Pois sonhar é permitido!
Um castelo de ilusões,
Desperta-me fortes sentidos.
Cada letra, uma barra de ouro,
Um livro, um baú de tesouro,
Minha arca de sonhos perdidos.