O Sacrifício do Inocente na Cidade do Rancor
Havia um lugarejo
Em um longínquo interior
Com o nome registrado
De Cidade do Rancor
Lá, pagar mal com mal
Era Lei Municipal
Pra punir todo infrator.
Raptor de galinha
E político ladrão
Ambos os dois pagariam
Com a mesma punição
Iam pagar com a vida
Uma passagem só de ida
Para dentro de um caixão.
Todo crime era igual
Não havia grande ou pequeno
O cabra que infligiu a Lei
Ia se ver com o Juiz Heleno
No tribunal seria julgado
E por fim sentenciado
A ingerir veneno.
Não tinha segunda chance
Lá não havia perdão
A Lei nada falava
Sobre reabilitação
O cidadão errou uma vez
Não importa o que ele fez
A morte será seu quinhão.
Desde sempre foi assim
Naquela pequena cidade
Todos estavam acostumados
Com aquela realidade
Viam morrer criminosos
Dos simples aos poderosos
Independente da idade.
Criança, jovem e adulto
Até idoso também,
A Lei era irredutível
E não poupava ninguém
Teve um caso tão chocante
Condenaram uma gestante
Que esperava seu neném.
Sabe qual foi o seu crime?
Mal nisso eu não vejo
A pobre foi condenada
Por ter tido um desejo
Queria chupar acerola
Foi encher sua sacola
Lá no Sítio do Badejo.
A coitada não sabia
Que o sítio fora vendido
Pertencendo ao promotor
Que achou seu ato bandido
A mulher não teve sorte
Foi sentenciada a morte
Por pegar fruta escondido.
Existia um criminoso
Por muitos anos procurado
Ele estava foragido
Desde que foi condenado
Conhecido por Bastião
Aquele temido ladrão
Vivia de roubo de gado.
O Bastião era fogo
Ele sempre escapava
O verdadeiro Rei da Fuga
Que a todos intrigava
Mas um dia ele foi pego
Isso destruiu seu ego
Por essa ele não esperava.
A notícia correu solta:
Está preso o Bastião!
Ele seria enforcado
Diante da população
Isso era pra intimidar
Quem quisesse o imitar
Aprenderia uma lição.
O dia D havia chegado
Já tinha hora e local
Seria às 6 da tarde
Na Praça do General
O povo juntou-se pra ver
O Bastião lá perecer
E receber pelo seu mal.
Quando ele já estava
Com a corda no pescoço
Eis que no meio do povo
Falou bem alto um moço:
- Vou morrer em teu lugar
Vim aqui pra te tirar
Do fundo desse poço.
Na hora ninguém entendeu
Quem era aquele rapaz?
Ele é filho de quem?
De onde veio e o que faz?
Ele dizia: - Vim do céu
Mesmo inocente serei réu
Pra que Bastião tenha paz.
Isso gerou um reboliço
O que devia se fazer?
Aquela estranha proposta
Iria enfim proceder?
Olharam o Código Penal
E o promotor Juvenal
Em alta voz teve que ler.
Terminada a leitura
Concluiu o promotor:
- Não há nada que o impeça
De morrer pelo infrator
Se de fato desejar
Poderão o enforcar
Digo isto sem temor.
O rapaz disse querer
Já estava decidido
Mas porque iria morrer
No lugar de um bandido?
Ninguém ali entendia
Porque aquilo acontecia
Que rapaz mais destemido.
Quando bateu às 6 horas
O rapaz foi enforcado
Bastião ao ver aquilo
Ficou desesperado
Aquele homem lhe salvou
A própria vida entregou
Para vê-lo perdoado.
Essa estória nos ilustra
O sacrifício de Jesus
Pois foi pelos pecadores
Que ele enfrentou a cruz
Nisso consiste o seu amor:
Sendo eu um pecador
Hoje vivo em Sua luz.
Minha missão é anunciar
Essa grande salvação
Debaixo da Lei e do pecado
Só existe condenação
Mas num ato de bondade
Aquele que é a Verdade
Veio conceder perdão.
Pense nisso meu amigo
Sozinho você não é capaz
Somente Cristo nos liberta
Das garras de Satanás
O Inimigo é tinhoso
Seu método é cabulozo
E o efeito é mordaz.
Mas se você se entregar
Nas mãos do Salvador
Ele te enviará
O Espírito Consolador
Te guiará em cada passo
Pra tu não cair no laço
Do astuto tentador.
Decida-se depressa
Pois o tempo está passando
Eu vou ficando por aqui
Tenho que ir andando
Existe ainda muita gente
Que precisa virar crente
Por isso eu sigo pregando.