CAVALEIRO ANDANTE
CAVALEIRO ANDANTE
Jorge Linhaça
Um dia fui cavaleiro
Vesti a minha armadura
Entreguei-me por inteiro
Na saga de um guerreiro
Em um mundo de aventura
Minha espada a verdade
Da honra fiz meu escudo
Andei em muitas cidades
E vi muitas sociedades
Guiadas pelo chifrudo
Percorri muitos caminhos
No lombo do meu corcel
Vi as rosas e os espinhos
Bandidos de colarinho
Destilando o seu fel
Vi o povo esquecido
Andando sem direção
De semblante tão sofrido
De tantas formas ferido
Lutando pelo seu pão
Bebi as águas amargas
Do descaso e da traição
Feriram-me as ilhargas
Aumentaram minhas cargas
Poucos deram-me atenção
Segui, porém, adiante
Outras terras percorri
Nessa minha vida errante
Como cavaleiro andante
Meus gigantes combati
Cessei o fogo aos dragões
Chamusquei-me nas batalhas
Sofri com minhas lesões
Sufoquei as emoções
Teceram minha mortalha
Mas das cinzas renasci
Retomando a minha luta
Nos percalços eu cresci
Aprendi o sol, lá, si
Mantive a minha conduta
Vivi fora do meu tempo
Qual Quixote de La Mancha
Se fui bom ou mau exemplo
Deixo que me julgue o vento
E a pureza das crianças
Nunca soube ser escravo
Do monstro da adulação
Nem soube fazer conchavo
Iludir o néscio e o parvo
Com promessa ou ilusão
Meu caminho percorri
Entre a noite e a luz do dia
Para alguns até morri
Mas a sorte me sorri
Travestida de poesia
Hoje dispo a armadura
Meu corcel, além descansa
Se minha saga foi dura
No meu peito inda perdura
A luz verde da esperança.
Arandu, 27 fevereiro de 2010
CAVALEIRO ANDANTE
Jorge Linhaça
Um dia fui cavaleiro
Vesti a minha armadura
Entreguei-me por inteiro
Na saga de um guerreiro
Em um mundo de aventura
Minha espada a verdade
Da honra fiz meu escudo
Andei em muitas cidades
E vi muitas sociedades
Guiadas pelo chifrudo
Percorri muitos caminhos
No lombo do meu corcel
Vi as rosas e os espinhos
Bandidos de colarinho
Destilando o seu fel
Vi o povo esquecido
Andando sem direção
De semblante tão sofrido
De tantas formas ferido
Lutando pelo seu pão
Bebi as águas amargas
Do descaso e da traição
Feriram-me as ilhargas
Aumentaram minhas cargas
Poucos deram-me atenção
Segui, porém, adiante
Outras terras percorri
Nessa minha vida errante
Como cavaleiro andante
Meus gigantes combati
Cessei o fogo aos dragões
Chamusquei-me nas batalhas
Sofri com minhas lesões
Sufoquei as emoções
Teceram minha mortalha
Mas das cinzas renasci
Retomando a minha luta
Nos percalços eu cresci
Aprendi o sol, lá, si
Mantive a minha conduta
Vivi fora do meu tempo
Qual Quixote de La Mancha
Se fui bom ou mau exemplo
Deixo que me julgue o vento
E a pureza das crianças
Nunca soube ser escravo
Do monstro da adulação
Nem soube fazer conchavo
Iludir o néscio e o parvo
Com promessa ou ilusão
Meu caminho percorri
Entre a noite e a luz do dia
Para alguns até morri
Mas a sorte me sorri
Travestida de poesia
Hoje dispo a armadura
Meu corcel, além descansa
Se minha saga foi dura
No meu peito inda perdura
A luz verde da esperança.
Arandu, 27 fevereiro de 2010