Ladrão de Moça Virgê
Nêsse tempo em que o povo
Sê amuntoa pelus garpão
Quando a lei é a da locura
E não mai do homem são
Os bicho vão sê entrâno
riba da imaginação
A vós canto dito fato,
Ninguém acreditária
Tudo acunteceu num ato
No risco do meio dia
Eu, se num tivesse visto
Não! Nem nunca contaria!
Tudo fazendo cesta
E no meio da floresta
O boitatá prometia
Vir visitar o povo
Enquanto acontecia festa
Da nossa Virge Maria
Com intuito acertádo
Queria vortá casado
E foi aquela correria!
Moça virge que tremia
Pai das moça com rífle
Pra protegê suas cria
No horário marcado
Boitatá veio invocado
se chegando aperreado
Procurando os abraço
Das moça do pedaço
Mulherada que rezava
Bem no meio da correria
Mas os santo não escuitava
Pai Nosso, Virge Maria!!
E pra moça que passava
Boitatá já cantaria
Uns canto sem mai noção
Deitava as moça no chão
Por uma tal telepatia
Com tamanha covardia
Se via, que logo sorria
Contente da préleção
Rapaziada sorteira
é que me adimirava
em vez de enfrentá a fera
e sarvá as moça virgê
subirû tudo num pé
bem arto de aucalipetê
se não fosse o tal do
seu Saci aparecesse
queria vê como é que sesse!
O Boitatá levava
Até num sobrá mái nada
as moça iam virá dáda
e foi anssim que sucêdeu
esse casu inusitádo
o dia em que os home
de medo vizageria
quase ficaru sorteiro
sem mulher e festaria.