O úrtimo adeus a cumadi Claraluna- interagindo com Hull de la Fuente
O úrtimo adeus a cumadi Claraluna
Airam Ribeiro
A gente nem se cunhecemo
Já tava escrito no coração
Despois foi qui nóis se avistemo
Quando fui aí na tua região
Min lembro daquele momento
Dos nosso cunhecimento
E aquele aperto de mão.
Claraluna nunca mais eu ví
Saiu pur aí a andá nesse mundão
Mais dexô outra muié pur ali
Pelo qui vejo, cum mermo coração
A Clara saiu por entre os monte
Dano um adeus lá do horizonte
Dexano no recanto só recordação..
O pogréço foi pur aqui xegano
E o piseudoimo nun quis cumpanhá
Do verdadêro nome foi falano
Inté sua história ela foi contá
Mais dexô pur aqui u’a lacuna
Tenho sôdade de Claraluna
Foi ela qui pur aqui fui incrontá.
Hull de La Fuente nome de artista…
É a merma muié mais qui bestêra...
A outra vai sumi de vista?
Mais ela foi a minha primêra!...
Sei qui o coração é um só
Mais e a Clara ela ficô só?
A sôdade é mermo u’a doidêra!
A gente custuma cum o nome
Na mente nóis fica moldano
Vem as idéia e consome
A mente vai revirano
Para outra pessoa moldá
Pois os nome nun ta mais lá
Intão a mente fica percurano.
“Notche de Clara luna”
E cumé qui fica seu tio intão?
Sem homenagi niuma
Ele vai virá um furacão
E vai ficá muitio máxo
Veno sua omenagi ir rio abáxo
Sem ninguém da proteção.
Xega de brincadêra
O coração é a nossa porta
É qui min deu u’a doidêra
E pra Claraluna fui dar u’a comporta
Antonci daqui pra diante
Vai sê a Hull de La Fuente
E isso é o qui importa.
Adeus Claraluna esta é a úrtima homenagi procê, por aqui apariceu u’a muié dizeno qui ocê foi imbóra.
Meu querido cumpadi e amigu,
Aí vai a resposta, espero que não faça feio ante seu lindo cordel.
Fiquei emocionada com seu gesto.
É claro que seremos sempre parceiros, não será o nome complicado que vai nos separar.
Beijos e muito obrigada,
Hull (Ulli)
Meu cumpadi Airam Ribeiro
Eu vim modi lhi falá
U meu nomi istrangêro
Nunca vai nus separá
Eu só istava brincanu
Claraluna foi cheganu
E já quiria ficá.
Alembrei-me di carrêra
Isso vô lhi confessá,
Qui meu pai a vida intêra
Mandô eu mi orgulhá,
Dessi nomi difente
Qui herdei da sua genti
Lá na Espanha a morá.
Claraluna eu sô divera,
Minha alma é populá,
Eu afugentu as quimera
Cum meu eternu sonhá.
A amiga Hull de La Fuente
Num é Nada diferente
Nasceu para cordelá.
Di cordel Hull num intende
Mas tentô a vida intêra
E as tentativa lhi rende
Risadas e brincadêra
O qui ela iscrevi meu amigu,
Num é em volta du umbigu
É pra genti brasilêra.
Hull é cuma Claraluna
Foi ela qui a inventô,
Intonci esqueça a lacuna
A verdadêra ficô.
Eu falu atrapaiado
Quatru idioma erradu
Pra cordelá cum amô.
Ocê podi mi chamá
Cuma faiz minha familia
É “Ulli” di lá pra cá,
“Rau” eu sô cá im Brasilia.
Inté na Europa eu sô
A mesma Ulli, sinhô,
Vizinha di siá Rutília.
“La noche de Clara Luna
En plenilunio quedò
Hoy yo soy la Fuente clara
La luna ya se metiò.
Para siempre serè tu amiga
Por eso non te fatigas
Ulli ès todo que restò.”
Obrigada, querido parceiro e amigo Airam Rbeiro,
Amei este gesto bonito.
Claraluna sera sempre o lado lúdico da minha chegada ao Recanto.
Um grande abraço e vamos ao cordel.
Hull de La Fuente