Poluição visual> Autor: Mini cordel com oito estrofes em septilhas> Damião Metamorfose.

*

Cada dia enxerga menos,

Quem é do campo ou cidade.

Uns por problemas na vista,

Outros por necessidade.

Mas a cegueira real,

É o progresso ilegal

E a tal da modernidade.

*

O verde que era a metade,

Já não é nem dez por cento.

O céu que era azul,

Está sombrio e cinzento.

Serras cobertas por véus

E os prédios arranha-céus,

Rasgando os céus com cimento.

*

Mais raro e pesado o vento,

Carregado em poluente.

Agride os olhos do mundo,

Vai cegando lentamente.

E as chaminés das usinas,

Com inseticida e resinas,

Deixa o planeta mais quente.

*

Com o planeta mais doente,

Quase em fase terminal.

Secam nascentes e rios,

O mar aumentando o sal.

E a cada palmo de chão,

Erguem nova construção,

Sem eira, beira ou quintal.

*

O homem é um animal,

Que para se educar.

Precisa de um professor,

Uma família e um lar.

Porém depois de formado,

Esquece e faz tudo errado,

De forma fútil e vulgar.

*

Errar tentando acertar,

É duas vezes errado.

Do que adianta o saber...

Se o futuro é condenado.

Trocar vidas por dinheiro,

Conquistar o mundo inteiro,

Depois morrer sufocado?

*

Tudo que aqui é plantado,

Um dia será colhido.

Quem só sabe ver seu lado,

É cego em mais de um sentido.

Plante o bem e colha o bem,

Quem tira de quem não tem,

É duas vezes falido.

*

O mundo está exaurido,

Pequeno e enxerga mal.

Prédios, torres e antenas,

Cegueira quase total.

Ver pouco assim não é bom,

Limitado ponto com,

Poluição visual.

*

Fim

*

08/02/2010.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 09/02/2010
Reeditado em 07/04/2010
Código do texto: T2077230
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