DESABAFO DE UM SUPER-HERÓI

Tenho a força de um colosso

Ainda assim não consigo

Desatar o nó que amarga

As palavras que hoje digo:

Desde que perdi o abrigo

Qu’eu tinha no teu abraço

Toda proeza qu’eu faço

Já não faz mais diferença

E assim já não compensa

Ser feito de puro aço...

Pra que vou querer voar

Se quando perto da lua

Mais uma vez vou lembrar

Da minha boca na tua?

E a super velocidade

Perdeu sua utilidade

Pois nem mesmo contra o vento

Na minha maior carreira

Quebrando todas barreiras

Não voltaria no tempo...

Mas o que mais me maltrata

São os meus super sentidos

Pois com minha dor de amor

Um mortal tinha morrido

Amar assim como eu amo

É algo sobre-humano

Que nem dá pra explicar

Basta dizer que isso dói

E mesmo um super-herói

Não escapa de chorar!

João Pessoa, 04/02/2010