SEBO CATA-LIVROS: HÁ 40 ANOS UM REFERENCIAL DE CULTURA NA CIDADE DE NATAL

Da Cidade em que moro

Eu não canso de falar

A cidade é tão linda

Quanto às noites de luar

É por isso que os poetas

Não cansam de declamar

E quem conhece Natal

Logo vai se encantar

Com as pessoas amigas

E os encantos do lugar

Agrada a muitos gostos

E o tapete é o mar

Tem lugares marcantes

Que eu gosto de falar

Pois se encontra a cultura

A amizade vai espalhar

Lá no Sebo Cata livros

Tem história esse lugar

No auge da Juventude

Conheci o meu amor

Que já freqüentava o sebo

E logo me apresentou

O sebo o deixava feliz

E isso me encantou

Fui chegando mais perto

Tentando entender

Que graça tem o sebo

Então pude compreender

A relação que exerce

Não o ato de vender

Quando se vende algo

É mais que uma partilha

O sebista é conhecedor

Não coloca armadilha

O cliente é um amigo

Segue sempre essa trilha

O Natalense que se preza

Do sebo é freguês

Não importa o que seja

Pobre ou mesmo burguês

Se ele mora na cidade

Ou que seja camponês

Nosso amor começou

Bem nos tempos da inflação

E o meu amor pelo rock

Nutre grande paixão

Juntava cada centavo

Pra fazer aquisição

Dos discos raros do Elvis

Que Jácio tinha na mão

Quando adquiria, logo se via

No rosto a satisfação

A felicidade estampada

Muitas pessoas ilustres

Vem ao Sebo visitar

Sabem as características

Os macetes do lugar

Se procuram raridades

É lá que irão encontrar

O sebo é visitado

Por poeta, escultores

Pelos amantes da arte

Por artistas, professores

Também por jornalistas

Transeuntes multicores

Esse Sebo tem história

Quem visita não se engana

Você encontra talheres

Pratos de porcelana

Tudo o que é antiguidade

Nesse Sebo tudo emana

Enquanto educadora

Não canso de pesquisar

Elaboro meus projetos

E ao sebo vou visitar

Sei que vou ao lugar certo

O que quero vou encontrar

O sebo é como um rio

Em outro a desembocar

Os mais abastados

Vão às lojas comprar

Descartam para os sebos

Para o outro desfrutar

Todos os estudantes

Pagam preço sem igual

Por causa do fomento

Da ira do capital

Todo ano lançam livros

Descartando o atual

Visite o Cata livros

Você pode comparar

Os preços são atrativos

Venha negociar

Ou então fazer amigos

É propício o lugar

Venha Conhecer os donos

Que são Jácio e Vera

São pessoas alegres

Como flores em primavera

E Ramon tem a missão

De prolongar noutra era

Parabenizo aos dois

Pela determinação

De abrir um lugar

Dar ao povo opção

De adquirir cultura

Com pouco dinheiro na mão

Mas eu tenho uma mágoa

Que eu preciso confessar

Nenhuma instituição

Vem aos sebos apoiar

Bancam tudo sozinhos

É difícil segurar

Sei que aqui em Natal

Existem muitas fundações

Sei que o dinheiro chega

Mas deve estar nos calções

Não se vê investimento

Mas sei que gastam milhões

Não vou falar dos corruptos

Não quero me indignar

Porém a Jácio e Vera

Os parabéns eu vou dar

40 anos o Cata livros

Esse ano vai completar

Saiu do centro Histórico

Para o mercado popular

Que fica em Petrópolis

Não vá se enganar

E a sede em morro branco

Não deixe de visitar

É possível encontrar de tudo

Tem cultura a granel

Desde livros didáticos

A literatura de cordel

E enquanto cordelista

Divulgar é o meu papel

Toda família que se preza

Deixa aos seus uma herança

O Jácio herdou do Torres

Nele tinha confiança

Para divulgar a cultura

Pesou tudo na balança

O tempo não pára

E o mundo tirou a prova

Muitas coisas mudam

Pois sebo também inova

E o cata livros III

Surge em Lagoa nova