CHÃO BATIDO
Concurso de gafieira,
Em baixo de uma latada,
A mulata mais desejada,
Pelos homens do sertão,
Balançava o coração,
De todos que a admiravam...
Um local de chão batido,
A principio aguado,
Isto fora planejado,
Pelo dono do salão,
Pra evitar o Poeirão,
Que poderia levantar...
O fole começou a tocar,
Já se via um arrasta pé,
Era mulher com mulher,
Apenas se aquecendo,
Já tinha homem de pé,
E alguns se precavendo...
A mulata levantou-se,
E balançou as cadeiras,
Foi um total alvoroço,
De homens feito fileira,
Para dançar uma parte,
Com aquela feiticeira...
Ela não perdeu a pouse,
E fez a previa seleção,
Escolheu para dançar,
Um sujeito bem fortão,
Para poder se garantir,
No meio da confusão...
Deu uns passos cabulosos,
Botou um pé na cabeça,
Passou por cima do gordo,
Ficou de ponta cabeça,
Deu-lhe um gancho de pernas,
Apertando suas orelhas...
CORDÉIS EM SEXTILHAS.
(Miguel Jacó)
E a mulata sestrosa
Com perfume de angola
Deixou todos em polvorosa
Mulher querendo a degola
Da homarada assanhada
Mas o sujeito fortão
Domou a mulata dengosa
Prendeu-lhe o coração
E ficaram todo prosa.
Enviado por CONCEIÇÃO GOMES em 27/01/2010 16:33
Obrigado Conceição Gomes pela excelente interação.