Tô nas páia da bananêra
Comentário na página da cumadi Claraluna, do cordel "as assaduras"
Ta cá gota pra duê
Ô quemadura infiliz
Ir no már mais pra quê?
Meu Deuzu o qui foi qui fiz!
Condo da jardinêra dicí
Pra minha paióça currí
E nem cumê mais eu quis.
Cás bôia no corpo dueno
E o buraco imbáxo vremêi
Pra privada eu fui correno
Mais aí foi que vi o trem fêi
As bosta quereno saí
Mas tudo ardeno pur alí
Agüenta num vô, eu sei!
Foi a farofa requentada
Cum quisuqui e caxaça
Qui deu uma dô danada
Qui o estombo fez arruaça
Aí foi um iscunjuro
Cum aquele troção duro
Na porta fazeno pirraça.
Quem já teve o fiofó
Ardido pro cauza do már
Sabe ispricá maismió
O que eu li quero falá
É u’a dô duida do cão
Fazeno aquela ardição
Na hora qui vai cagá.
Eu vi a coisa preta
Essa ta de assadura
Num tô aqui cum motreta
E nem usano frescura
Quem no mar num assô
Num sabe o qui já passô
Um caipira de alma pura.
E meus dente!... meus dente!...
Minha chapa o már levou
Eu fui surrí de contente
Da boca ela iscurregô
Aí eu vi o regonguélo
Um matuto banguélo
Foi só o qui rezurtô.
Num tô mastigano fejão
Já tô intêro ingulino
Sem a minha chapa intão
Os fejão intêro ta saino
Pur isso esta agunia
Desses troção todo dia
Sem o estombo ir digerino.
Tô nas páia da bananêra
Sem pudê nem trabaiá
Num tô falano asnêra
O coxão dana a esquentá
Drumo imbáxo dum pé de Ypê
Só veno pra ocê vê
Cuma ta a coisa pur cá.