CONVERSA DE PESCADOR
Diga-me quem não gosta
De uma boa pescaria
Seja no mar ou na lagoa
Ou no rio da alegria
O bom é o resultado
Pescar um bom pintado
Causando a euforia
Mas o bom nisso tudo
É a estória contada
Resultado duma pesca
Doravante inventada
Coisa de bom pescador
Que usa do bom humor
Par alegrar a moçada
Assim vou te contar
Algumas dessas lorotas
Que ouvi um contar
Todo cheio de marmota
Um cara bem prezepeiro
Na verdade companheiro
Cabra da perna torta.
Um bom profissional
Na arte de pescador
Um grande mentiroso
Sem perder o seu valor
Nunca vi mentir tanto
De até causar espanto
Ta nem ai para o pudor
A última que me contou
Fiquei tão reocupado
Disse que pegou um peixe
Que deu 100 ensopados
Duvidei num só instante
Não fui tão relutante
Porque fiquei acuado
Ele logo me provou
O que havera dito
Chamou as cem pessoas
Entre eles Expedito
Que severou tudo
Desse fato absurdo
Pensando que acredito
Esse foi um dos fatos
Que o danado contou
Mas isso foi fichinha
Para o que ele inventou
Disse que tava pescando
E sua neta reclamando
Que nada ainda pescou
Com sua vara profissa
A neta com a da Barbie
De corzinha cor de rosa
O resultado você avalie
Depois venha me contar
Sem então reclamar
Peça a Deus que me guie
Pois o cabra danado
Deixou a neta ir urinar
Ficou segurando a vara
Diz o que ele pode pescar
Com a varinha da boneca
Da garotinha sapeca
Tenho medo de contar
Pegou um peixe-gato
Com a varinha de nada
Brigou por dez minutos
Que vara forte danada
Ficou foi tão famosa
A boneca mais valiosa
A netinha mais debochada.
Além de mentiroso
Parecia um besouro
Chamado de bola-bosta
Escavador de tesouro
Ele pegou um peixinho
Mas tão pequenininho
Dentro um relógio de ouro.
Vendeu, comprou uma moto
A sobra pôs na poupança
Com juros de cem por cento
Só pra sustentar a criança
A garota da bonequinha
A neta do seu mentirinha
Que faz de tudo festança
E para aumentar a festa
Não quero nem te falar
Que este mesmo individuo
Encontrou um celular
Que dentro de um animal
Ficava dando um sinal
Sem parar de chamar
Quando tirou do bicho
Foi logo dizendo alô
Era um erickson antigo
O dono era seu avô
Que mesmo morto ligava
Com o peixe ele falava
Onde está meu pivô?
Um dente que foi de isca
Junto com o celular
Veja o que aconteceu
E onde o mesmo está
Virou foi dentadura
Na boca da criatura
Que veio do fundo do mar.
Outro dia lá no rio
Sentadinho a pescar
Chegou um policial
Que se pôs a perguntar
-Já pescou tudo isso?
- não amigo, nada disso!
Retrucou a exclamar
Já foi na caminhonete
Na cidade negociar
Tenho redes lá pra cima
Pra pescaria aumentar
-você sabe que eu sou,
E porque aqui estou?
O policia a perguntar.
- não, respondeu o pescador
O senhor pode e falar?
-sou o guarda ambiental
E vou lhe trancafiar
Você agora ta preso
Não sairá de novo ileso
Nem irei titubear
-Quem sou eu o senhor sabe?
Responda-me seu poderoso
Pois quero é lhe dizer
Que sou o maior mentiroso
Que a terra já pôde ter
Se ainda quiser prender
Eu irei muito orgulhoso.
O policia voltou atrás
Do lado dele sentou-se
Começou a dar gaitada
Pois o mesmo alegrou-se
E ai saiu mais mentira
Que da cabeça ele tira
Assim logo animou-se.
Contou ao policial
Que foi pescar um dia
Quando chegou ao açude
Não sabia o que fazia
Pois esqueceu as minhocas
Trouxe somente a pipoca
Para sua garantia
Olhou viu uma cobra
Com um sapo na boca
Pensou no que fazer
Teve uma idéia louca
A cobra embebedou
O sapo dela tirou
Que deu isca pouca
Com este material,
De peixe pegou 10 quilos
Mas quase que de repente
Ouviu alguns sibilos
Olhou pra traz e viu
Na ponte que ali caiu
Mantendo-se tranqüilo
A cobra com um sapo
Atrelado na sua boca
Queria era mais cachaça
Pois tinha bebido pouca
Assim foi este fato
Que culminou no ato
De a cobra ficar louca.
Assim foi a estória
De mais um pescador
Que vive a mentir
Sem nenhum pudor
Mas alegra ao povo
Que na falta de ovo
Come peixe sim senhor
Eu já pesquei muito
Eu já vi acontecer
Peixe saindo do rio
Para água fora beber
Pois toda população
Vive causando poluição
E os bichinhos a morrer
Veja o que aconteceu
Pescando na cachoeira
Joguei a minha isca
Pesquei foi uma carteira
Tinha 1.100,00 conto
Eu disse agora pronto
Farei umas mil feira
Foi tão grande a alegria
Não fui nem trabalhar
Fui logo pro butequim
Uma cerveja tomar
Bebi que fiquei tonto
Gastei só uns 100 conto
Só para comemorar.
Agora eu vou parando
Para não acostumar
Mentir como pescador
E assim não viciar
A contar as estórinhas
De peixes e das galinhas
Que eles vivem a contar.
Porém você meu amigo
Saia desse imprensado
Evite falar besteiras
Para não ser rejeitado
Pois você não merece
Fazer nenhuma prece
Para não ser execrado.
Creio que entendeu
Esta minha narração
Pois tudo é verdade
Eu te provo meu irmão
Achei brinco e dinheiro
Uma cuíca, um pandeiro
Lá no rio do Riachão.
Deixo um grande abraço
Para quem o texto leu
Agora espere o próximo
Que será do gosto seu
Eu agora vou partindo
De você eu vou rindo
De que mentiu e morreu.