O amor que eu plantei> Autor: Damião Metamorfose.

*

O amor que eu plantei,

Mesmo sendo a longo prazo.

Não é um amor qualquer,

Nem é amor por acaso.

Um dia em algum lugar,

Eu sei que ele vai vingar,

Em solo profundo ou raso.

*

Não é ouro nem é quartzo,

Nem contem nenhum cifrão.

Por não ser material,

Também não tem ambição.

Pode até ser aprendiz,

Por ter vindo da raiz,

Do fundo do coração.

*

Não é amor de irmão,

De amigo ou parente.

Não sei nem dizer qual é,

Calculando friamente.

Mas posso lhe assegurar,

Que esse amor é singular

E têm mais de um pretendente.

*

Esse amor é a semente,

Que eu colhi no deserto.

Nos tempos que eu vagava,

Sem ter endereço certo.

Amor que sempre busquei,

Mas no dia que encontrei,

Eu fiquei boquiaberto.

*

Não foi por ser mais esperto

Ou menos, que o encontrei.

Nem por ser obstinado,

Pois o porquê eu nem sei.

Eu só sei que esse amor,

Faz-me dar real valor,

Com ele eu me sinto um rei.

*

O amor que eu procurei,

Talvez no lugar errado.

Nunca me deixou sozinho,

Mesmo estando abandonado.

E quando eu me ausentava,

Ele ao longe me sondava,

Sempre esteve do meu lado.

*

Quanto pranto derramado,

Pedidos sem assistência.

Tempo perdido aguardando,

Meu Deus! Quanta paciência.

E hoje aqui frente a frente,

Agradeço e sou clemente,

Por me curar da demência.

*

Maior que a própria existência,

É esse amor que eu tenho.

É carne, é mente e é alma...

E por tudo isso eu venho.

Usar meu dom e dizer,

Que é para o mundo saber,

Que desse amor não desdenho.

*

Por ele eu terei empenho,

Carinho e dedicação.

Vou ser paterno e materno,

Amigo, amante e irmão.

Pra conseguir esse feito,

Se preciso, abro o meu peito

E doou o meu coração.

*

Fim

*

14/01/2010.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 14/01/2010
Reeditado em 23/08/2016
Código do texto: T2029992
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