JOSÉ ROBERTO ARRUDA NO INFERNO.
O José Roberto Arruda
Morreu e foi parar no Céu.
Quando ele chegou por lá
Houve um grande escarcéu.
Mas Pedro logo levantou
A sua ficha no painel.
Em cem quilos de papel
Viu o seu real pregresso.
Da criação do mensalão
Até o painel do Congresso.
Pedro pro inferno o mandou
Deu-lhe passagem e ingresso.
Lá grande foi seu sucesso.
Que deu inveja ao Satanás:
Pra não perder seu prestígio
Foi pra cima do rapaz
E propôs uma aliança
Pra tudo ficar em paz.
Pois com todo seu cartaz
Haveria uma contenda
E o Céu se aproveitar,
Através de sua legenda,
Na Constituição do Inferno
Conseguir uma emenda.
Dando uma boa oferenda
Na hora da votação.
E com o José Roberto
Ali criar um mensalão.
E o Satanás no inferno
Perder seu rico quinhão.
E ainda do Maranhão
Receber uma boa ajuda
Pois o tal governador,
O José Roberto Arruda,
Até mesmo no inferno
Tem sempre quem lhe acuda.
ACM dele não desgruda.
Pensando na presidência
Do Congresso do Inferno.
Já fez até conferência
Com Ulisses Guimarães
Para evitar concorrência.
Conta com a experiência
De um outro brasileiro
O ex-presidente Tancredo
Que está naquele braseiro
E o povo aqui no Brasil
Não sabia seu paradeiro.
Mas o Diabo foi ligeiro
E contratou José Dirceu
Pra criar seu mensalão
Foi aí que Pedro se fodeu
Porque o Marcos Valério
Passou pra trás o filisteu
Nem com ajuda do Galileu
Se mudou a Constituição
E o diabo agora cobra
De Arruda contribuição
E no inferno não aumente
Também a corrupção,
E haja complicação.
Pra receber a propina
Por não ter onde colocar
Devem meter nas narinas
Por não haver meias e cuecas
E sumir tal gasolina
E lá só tem gente fina,
Parece até com Brasília.
Pra esconder o dinheiro,
Por não haver nem mobília
Este deve ser enviado
Por Valério pra Cecília,
Sob uma forte vigília
Daquele tal Guimarães,
E um de seus assessores,
Que junto com Magalhães,
De todo esse dinheiro
Se tornaram guardiães.
Para não comprar de pães
Toda aquela dinheirama.
Mas o advogado de Arruda
Diz: “a grana é dum programa
Pra comprar de panetone.
Todo mundo ainda reclama.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JANEIRO 2010