A DIMENSÃO DO SUCESSO

Para saber do sucesso

É preciso realizar

Ser bastante persistente

Sempre, sempre acreditar

Naquilo que for fazendo

Para que possa agradar

Deve agradar pelo menos

A sua própria pessoa

Independente dos outros

Deve sentir-se na boa

Se não tiver tempestade

Se contentar com garoa

Satisfação pessoal

É medida do sucesso

Não precisa estar na mídia

Nem tampouco ter ingresso

Basta estar felicidade

Sem dar sinal de progresso

Do sucesso, o contra-senso

É ter bem material

Porque se foi conquistado

Promovendo o vil metal

Foi transformado em escravo

Desse valor principal

Bem sucedido é o canário

Que canta bem saltitante

Sem ter em um só momento

Um pensamento aviltante

De conseguir mais aplauso

Para achar-se bem cantante

O peixe nada em cardume

E sem querer sai na frente

Flui suave e desprendido

Por ser peixe simplesmente

Enquanto tem ser humano

Querendo ser mais que gente

O sucesso da semente

Em produzir planta bela

Demanda muita energia

Na sua função singela

De continuar a vida

Como sendo parte dela

O pobre já tem sucesso

Só em ter sobrevivido

Tendo pouco em quase tudo

Ou de tudo reduzido

Graças à atenção divina

É muito mais protegido

Sei que não foram notadas

Algumas coisas que fiz

Mas apesar dos pesares

Levaram-me a ser feliz

E dentre elas eu destaco

Ouvir, ao longe, o concriz.

Sentir o sabor das coisas

Quando muitos não conseguem

Deve-se ao valor que é dado

Às delícias que carreguem

Para mim isto é sucesso

Cujas vantagens se seguem

Se contentar com o vento

Soprando leve no rosto

Dar graças por perceber

Cor e odor junto ao gosto

São atributos prementes

Que não dependem do posto.

Subir no alto da serra

E ver tudo lá de cima

Avistar campos distantes

Inspirando cada rima

Fazem de mim satisfeito

Elevando a minha estima,

Andar descalço na praia

Sem sentir os pés doendo

De manhãzinha bem cedo

Para ver o Sol nascendo

São dons de bem sucedido

Sem precisar dividendo.

Fritar um tacho de ginga

Saber fazer um cuscuz

Para alguns é corriqueiro

Para outros é fazer jus

À cada coisa aprendida

No seu caminho de luz.

Sentir-se bem assistido

Nas horas de solidão

Ter fé na longa viagem

Com Jesus no coração

Ser rico ao ser perdoado

Sem ter que pedir perdão.

Saciar a sua sede

Com água fria do pote

Escapar com ligeireza

Utilizando o pinote

Mostra o sucesso de quem

Foge da cobra ante o bote.

Distinguir com perfeição

Quando a justiça é devida

Cair e se levantar

Saber tratar da ferida

São verdadeiros tesouros

Para o sucesso na vida.

O que quis neste poema

Foi apenas demonstrar

Que para sentir-se bem

Cada um vai ter que notar

Que o sucesso é relativo

Quanto ao que considerar.

Está mais do que provado

Que a vitória conquistada

Vai de uma coisinha simples

Até a mais disputada

Mas tem sempre um vencedor

Mesmo não ganhando nada.

Sabemos que nada é nulo

Pra nossa avaliação

Presa a critérios finitos

Da nossa imaginação

Entretanto, envolve muito

Para o Pai da Criação.

Por conta do dualismo,

Do tudo ou nada, vigente,

A discriminação mora

Do lado, atrás e na frente

Só não consegue entrever

O valor de cada mente.

Cada pessoa segura

Que tenha sã consciência

Verá que sua verdade

Vai muito além da ciência

E cada pouquinho feito

Para si tem excelência.

Basta fazer exercícios

Contra qualquer arrogância

Abandonar de uma vez

Inveja, luxo e ganância

Que o pouco que se fizer

Terá níveis de abundância.

Precisa ter construído

Com base em seus ideais

Honrosa história de vida

Pautada em mananciais

Deixados neste Universo

Por Deus pai de todos pais.