Ser é escolher
Eu tenho o que queria
Do contrário, buscaria
Mais célere e incessantemente
Minha dúvida é escolher
Se me interessaria
Como o faço no presente
Eu tenho o que procurei
Eu, vez por outra, atinei
Quando eu altero ou não
Colho sempre o que plantei
Não vi o que tinha em mãos
Na hora em que semeei
Devo saber que mereço
E desmereço meus alvos
Uns de que me apeteço
Outros em que eu passo ao largo
Humildade também serve
Para saber se fui parvo
O pensar precisa linha
Pontos juntos, mas flexíveis
Trilha prévia que caminha
Em contornos intangíveis
De modo que se advinha
Quando algo vai ser possível
Dizem ser arte o viver
Se aos sentidos der ouvidos
Aglutinando saber
Que pairam com seus fluídos
Selecionando o que vê
Eliminando os ruídos
Trabalho hercúleo, a lida
Isenta de pechas tolas
Das tentações atrevidas
Às ilusões que são bolhas
Um velado desafio
Poucas frutas, muitas folhas...