POEMAS EM CANTORIA III
Este cordel resume alguns poemas que o poeta costuma declamar em suas apresentações pelo Nordeste afora.
NA PENSÃO DE SEU TATÁ Escrito e apresentado no Centro de Treinamento Governador Antônio Mariz, em Souza-PB, a 08-12-2004.
Fui caxeiro viajante
Gostava de viajar
Vendendo queijo ralado
E milho pra mungunzá
Por este sertão inteiro:
De Araruna a Monteiro
De Souza a Taperoá.
Na vila de Casserengue
Gostava de me hospedar
Na Pensão do Mau Sossego
Que outra melhor não há
Pois de todas que havia
A melhor hospedaria
É a pensão do SEU TATÁ.
Certa noite de viagem
Resolvi ali parar
Estando muito cansado
Querendo um banho tomar
Pela mulher recebido
Perguntei pelo marido
Respondeu: TATÁ NUM TÁ!
Tamanha indelicadeza
Deixa a mulher transpirar
Me fiz de desentendido
E de novo ao perguntar
Como da primeira vez
Usou maior rispidez
Pra dizer: TATÁ NUM TÁ.
Eu não quis mais tomar banho
Também não quis mais jantar
Fui embora chateado
Destinei-me a viajar
E usei de opinião:
Só entro nesta pensão
Em dias que TATÁ TÁ.
Sendo Tatá meu amigo
E um cliente exemplar
Vou lhe dar um bom conselho
Para se divorciar
E arranje outra companheira
Que tenha as mesmas maneiras
E os TRATOS DE TATÁ.
Do seu novo casamento
TATÁ TRATE DE TRATAR
Para quando um seu cliente
Em sua casa chegar
Acaso TATÁ NUM TANDO
E a mulher de TATÁ TANDO
Ser o mesmo que TATÁ TÁ.
Série Cantadores, Vol. XVIII