DOTOR CAGANEIRA

Trecho do Cordel:

Uma sentinela

Que estava de guarda

Caguei-lhe na farda

Borrei toda ela

De bosta amarela

O pobre cristão

Pediu rendição

Gritou na guarita

Que praga maldita

Chame o capitão.

Ao passar em certa rua

Encontrei um almofadinha

Que estava conversando

Com sua namoradinha

Interrompi a palestra

Caguei-lhe na taiobinha.

Muito veemente

Se achava a falar

Um parlamentar

Tribuno eloquente

Porém de repente

Sente a fala rouca

Uma frase louca

Soltou no discurso

Não houve recurso

Caguei-lhe na boca.

De tudo quanto caguei

Ninguém censure de mim

Porque talvez que um dia

Precise cagar assim

O mundo inteiro não passa

De uma cagada sem fim.

Série Parcerias, Vol. IV

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 19/12/2009
Código do texto: T1986654
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