HISTÓRIA DE NORDESTINO
Ainda quando criança
Encontrei uma menina
Que fez de minha infância
Começo de uma sina
Um amor esperançoso
Por aquela tal menina.
Fiquei com ela na mente
Pra todo lugar que eu ia
Era inconveniente
Dava-me até agonia
Eu tava apaixonado
Doidinho pela guria.
Era uma coisa estranha
Eu vivia atrás dela
Pra todo lugar que ia
Eu tava olhando pra ela
Ficava até sonhando
Beijando na boca dela.
Mas era apenas um sonho
Não chegava perto dela
Ela olhava pra mim
Eu não olhava pra ela
Era mesmo uma besteira
Nunca vi coisa daquela.
Mas é coisa de menino,
“Menino véi bobão”
Não pode ver uma garota
Começa logo a paixão
As pernas ficam tremendo
Acelera o coração.
Eu escrevia carta,
Mandava até cartão,
Comprava flor da mais cara,
Não adiantava não,
Pois ela não me queria
Chamava-me de “feião”.
Um dia me respondeu
Com certo desaforo
Que eu parecia um macaco,
Que eu tinha um olho torto
Que ela não me queria
Nem que eu nascesse de novo.
Mas o tempo foi passando
Comecei a estudar
Arrumei logo um emprego
Em outro lugar fui morar
E deixei o “meu amor”
Ficar pra bandas de lá.
Fui ganhando muito dinheiro
Graças a Deus sem roubar
Tudo fruto do trabalho
E da vontade de estudar
Voltei pra minha cidade
Pra umas férias passar.
Certo dia encontrei
Com uma bela mulher
Bem vestida e cheirosa
Com a mesma conversei
Descobri quem ela era
“O amor” que ali deixei.
Disse que se arrependeu
De tudo que tinha feito
Que ela nunca viu em mim
Nem se quer um defeito
Que ela tinha encontrado
Um amor mais que perfeito.
Deu-me logo uma raiva
Fiquei todo me tremendo
Quase que lhe dei um murro
É verdade o que estou dizendo
Mas em mulher não se bate
Mesmo que tenha “veneno”.
Eu disse pra aquela mulher:
- Saia logo da minha frente
Você não passa de uma
Vagabunda incompetente,
Nunca mais me apareça
Suma logo para sempre.
Ela saiu de mansinho
E sem nada me dizer
Meu coração tão bondoso
Começou logo a doer
Mas é melhor morrer sozinho
Do que viver a sofrer.
David Júnior