UM CORDEL EM HOMENAGEM
A HILTON DA CRUZ GOUVEIA

(cadeira 27 cedida à poetisa, cordelista e trovadora: Rosa Regis, no dia 05 de dezembro de 2009, na ATRN - Academia de Trovas do Rio Grande do Norte)


Em homenagem a Hilton
Da Cruz Gouveia, aqui venho
Falar um pouquinho dele,
Aproveitando o que tenho
Em mãos para descrever
E aos presentes trazer
Com amor e com empenho.


Nasceu no Mês Oito de
Mil Novecentos e Vinte,
Em Palmares – Paraíba,
Um militar de requinte!
Foi bacharel em História
Pela Federal , com glória
E humildade. Sem acinte.

No ano 59 ,
No dia 4 de abril,
Casou Hilton com Rinaura,
Tendo o amor como perfil.
Dali para frente, um só
Tornaram-se. E este nó
Só o desfez a morte vil.

O 16 RI,
Foi seu Quartel General,
Serviu gloriosamente
Como membro do Hospital
De Guarnição. E nos diz
Sua esposa : - Foi feliz!
Um militar sem igual.

Findou a sua carreira
Militar saudavelmente,
Na CSN, e vê
Que irá dali pra frente,
Continuar trabalhando.
E isso o faz, ensinando
De forma bem competente.

Na reserva, se dedica,
Agora, com mais vigor,
A sua nova carreira
Que é a de professor.
E à sua atividade
“Nova”, então, na verdade,
Dedica-se com amor.

Na Escola Técnica deu aula
E também foi diretor.
De História e Geografia,
No Atheneu , foi professor.
Seguidamente, em História,
Na Federal , tem vitória.
Mostrou-se conhecedor.

Foi diretor da CRUTAC:
Lá em Ceará Mirim
E em Santo Antônio do Salto
Da Onça, indo, por fim,
Pra Santa Cruz. Lá ficou
E doze anos passou.
Assim disseram pra mim.

Finalmente aposentou-se
Se aquietando em Natal.
Agora, era a poesia
Quem animava o casal.
Pois de militar, passou
A professor, mas, findou,
Das musas, o general.

Cinquenta anos de paz,
De amor, de alegria!
Me falou Dona Rinaura.
E isto continuaria
Não fora a morte malvada
Que, vindo sem ser chamada,
Ao seu amor roubaria.

Dia 22 de maio
Chega sorrateiramente
A dama dona da vida
Que pena, de ninguém, sente,
Pega na mão de Hilton Cruz
E o leva até Jesus
De quem ele era temente.

Porém hoje está presente
Aqui no meio de nós
Qual fora um rio afluente
De cuja corrente, a voz,
No ar, se deixou levar,
Deixando-se transportar,
Pelas asas do albatroz.

E findando esta homenagem
Não poderia deixar
De citar algumas trovas
Desse poeta sem par,
Que a sua alma botou
Na poesia e doou
Ao céu, ao mar e ao ar.

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Pra velhice não tem rogo,
parece até uma praga;
aos sessenta baixa o fogo
e aos oitenta o fogo apaga.

(Hilton da Cruz Gouveia - Natal/RN)
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Sob o manto da verdade
digo com muita firmeza,
quem não “vai” na mocidade,
na velhice, com certeza!...

(Hilton da Cruz Gouveia - Natal/RN)
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A cruz que sempre carrego
ela também me conduz,
tem sua origem, não nego,
no madeiro de Jesus.


(Hilton da Cruz Gouveia - Natal/RN)


Fim