Galope a beira mar...> Autores: Damião Metamorfose & Welton Mele.
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Damião Metamorfose
01
A minha cidade se chamou varzinha,
Devido à política virou Rafael...
Fernandes, que eu moro e faço cordel,
Que eu nasci e vivo a minha vidinha.
Não é grande coisa, mas não é mesquinha,
Que tem gente boa e boa de prestar.
Rio Grande do Norte, solo potiguar,
Situada as margens do rio Santana.
Mal organizada, política sacana,
Nos dez de galope na beira do mar.
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W,M
02
Inicia a história numa briga tirana
De alguns fazendeiros em nome da fé
A terra que hoje tem nome José
Já teve outros nomes que hoje lhe ufana
Foi Zé das Queimadas por causa da gana
Que até uma igreja vieram a queimar
Depois de ingazeira que assim foi chamar
Por que de ingazeira ela era distrito
Pra depois tornasse são Jose do Egito
Nos dês de Galope na beira do mar
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D,M
03
Aqui que eu saiba não houve um atrito,
Foram uns gaiatos nada mais que isso.
Vieram mais outros já com compromisso,
Arrumaram um nome um tanto esquisito.
Um disse pro outro bote que bonito,
O mais serio disse melhor se votar.
A ideia da caixa nem deu pra vingar
E acabou ficando o nome varzinha.
Virou Rafael, mas não mudou nadinha,
Nos dez de galope na beira do mar.
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W, M
-04
São Jose do Egito cidade vizinha
De outras cidades que muito me inspira
Tem Itapetin, Brejinho, tem Tabira
E Tuparetama que é na mesma linha
Todas de divisas ligadas com a minha
Que fazem daqui um EGITO sem par
Quem vem desta terra sabe improvisar
E traz na garganta um Irapuru
Que canta nas margens do rio Pajéu
E semeia versos na beira do mar
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D,M
05
Antonio Martins, Mossoró, Patu,
Lucrecia, Água nova, Viçosa e Macau.
Santana do mato, Apodí, Tibau,
Tabuleiro grande, Touros, Itaú.
Martins, Pau dos ferros, Porta alegre, Açu,
São Miguel, Encanto que é bom de morar.
Ciocó, Currais novos que eu vou visitar,
Tenente Ananias e a Alexandria.
Que é tão violenta que a sua guria,
Saiu de galope pra beira do mar.
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W,M
-06
São Jose do Egito terra da poesia
Que fez do repente seu maior tesouro
Que pôs a essência nos versos de louro
E deu voz e timbre nas canções de Bia
São Jose do Egito é o reino onde um dia
A ave dos versos resolveu pousar
É a onde Canção poeta sem par
Criou sua história se tornando um astro
Não deixando outro que chegue ao seu rastro
Fazendo poemas na beira do mar
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D,M
07
Na minha cidade tenho eu como mastro,
Porque sou o único que escreve cordel.
Não sou professor, nem sou menestrel,
Pra muitos não passo de um reles emplastro.
Não ganho com isso, da fama eu me castro,
Se eu tenho talento? Vou ter que provar.
Às vezes me chamam para recitar,
Só dizem: obrigado não ganho um centavo.
Sou um representante e não passo de escravo,
Cantando galope na beira do mar.
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W,M
-08
Se o assunto é cordel na rima eu não travo
Nos temos na arte quem já fez carreira
Tem Arlindo Lopes, Ismael Pereira
Quem também são filhos deste solo bravo
Nos temos Vanilson cujo o nome eu gravo
Por que nesta arte pôde iniciar
Neste chão sagrado pretendo morar
Pra com um pão de verso matar minha fome
Fazer minha história e deixar o meu nome
Pra sempre gravado na águas do mar
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D,M
09
Eu conheço muitos nomes de renome,
Do meu Rio grande fazem cordéis.
Mas cito só um que vale por dez,
Antonio Francisco não tem cognome.
Pequeno na altura, mas é um grande “home”
Que com Patativa dividem um lugar.
Na academia ele é um exemplar,
Nos seus recitais o sucesso é certo.
Mora em Mossoró que fica bem perto,
Da minha cidade e da beira do mar.
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10
W,MQuem é desta terra nasce mais esperto
“Larissa” é um exemplo do que estou falando
Que em dois mil e nove ganhou o “SOLETRANDO”
Vencendo centenas em canal aberto
Com esta menina me sinto liberto
Pra neste galope também soletrar
P,O (po) RÊ i RI C,O (so) vou falar
Quem o premio da Globo está com a gente
Pois Larissa trousse pra o chão do repente
Soletrando versos na beira do mar.