O planeta está obeso> Autor: Damião Metamorfose.
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O planeta está obeso
E engorda a cada dia.
E a principal suspeita,
É a tecnologia,
Que nos deixa acomodados,
No ócio e mal educados,
Enquanto a mente atrofia.
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Essa moçinha vicia,
Todo e qualquer cidadão.
A ficar sempre relax,
No sofá ou no colchão.
Se achando o bam-bam na foto,
Com um controle remoto,
Empunhado em cada mão.
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Microondas e fogão,
Vídeo game e dvd.
Mp, som, celular,
Ar, ventilador, tevê.
Desliga e liga num clique,
É pro rico, brega ou chique,
Também pra mim e você.
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Em todo canto se vê,
Centro, bairros e favelas.
Cidadezinhas ou vilas,
Barracos ou casas belas.
Até no sitio hoje em dia,
A tal tecnologia,
Já têm deixado sequelas.
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Pra cruzar ruas, vielas,
Tem que ser de carro ou moto.
Nem lambe-lambe, nem filmes,
Com a digital tira a foto.
O fhotoshop maquia
E as marcas do dia a dia,
Nem com uma lupa eu noto.
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Com um controle remoto,
Eu abro a porta do carro.
Levanto ou baixo o vidro,
Ligo o som e tiro um sarro.
Se engatar uma ré
Tem um sensor que dar fé
E avisa antes do esbarro.
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E a panela de barro...
Só tem em exposição.
Em museu ou em festinhas,
Típicas ou de são João.
O que levava uma hora,
Em um minutinho agora,
Desmancha-se na pressão.
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O acenar com a mão,
Hoje se faz na buzina.
Tudo o que você precisa,
Encontra em qualquer esquina.
Com tanta facilidade
E esforço pela metade,
O músculo é quem amofina.
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Pança grande e perna fina,
A carne com flacidez.
Shoptimes.com,
Compre um e leve três,
Até Olívia palito,
Engorda aquele cambito,
E fica obesa de vez.
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Não tem eu nem têm vocês,
Que aguente esse rojão.
Ela bate em sua porta,
Com um leque de sugestão.
E quando você resiste,
Ela insiste e não desiste,
Com outro leque em promoção.
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Pilar milho fazer pão?
Pra que se já vem cozido.
Não tem um sabor igual,
Mas é muito parecido.
E se você não quiser,
Para agradar a mulher,
Compra sem ter percebido.
*
Não tem besta nem sabido,
Nem cabeludo nem calvo.
Pode se esconder nas brenhas,
Que nem lá você tá salvo.
Seja de noite ou de dia,
A tal tecnologia,
Mira e nunca erra o alvo.
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Nesse cordel eu ressalvo,
O que eu tento evitar.
Não que eu tenha algo contra,
É que não quero engordar.
Mas se você assim gosta,
Deite de frete ou de costa
Durma e deixe a pança inflar.
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Ou enquanto pode andar,
Diminua esse seu vicio.
Sei que sair do sofá,
Pode ser um sacrifício.
Mas faça uma forcinha,
Ande ou corra na pracinha,
Faça algum exercício.
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Pode parecer suplicio,
Mas vale a pena tentar.
Evitando os fest foods,
Mastigando devagar.
Pondo em sua refeição,
Legume, arroz e feijão,
Frutas pra complementar.
*
Não basta apenas malhar,
Tem que se alimentar bem.
Pra manter a boa forma,
Do jeito que o mundo vem.
Vou parar de dar conselho
E conferir no espelho,
Se não estou gordo também.
*
Pode parecer desdém,
Mas não é só fui coeso.
Todo ser acomodado,
Não demora e ganha peso.
Por isso vamos à luta,
Troque o hambúrguer por fruta,
Que o planeta está obeso.
*
Fim
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04/11/2009