71 VISITAS
71 VISITAS
Estive lendo “O Solitário”
que é um conto que eu conto
quem o conta aumenta um ponto
diz o povo em falatório.
Seja errado ou seja certo
vamos ver o que há de perto:
coincidência ou fadário.
Esse cara de quem falo
é ficção, é mero acaso
que me conta aquele caso.
Só pra figurar revolta
no que vive ainda assim
seu sofrer só vai ter fim
quando a morte quebra o vaso.
Como vive o aposentado
tão sofrido no casulo
é a pergunta que formulo
sem querer ser malcriado.
Eu também me aposentei
no EMEESSE eu trabalhei
no INAMPS fui instalado.
Do INPS co’amor
no meu tempo fiz concurso
era o pródigo recurso
do povo trabalhador;
que cuidava da saúde
da doença e do ataúde,
do operário ao doutor
Com o tempo a esperança
definhou feito a velhice
pois a mídia mesmo disse
foi freada a gastança;
foi a soma repartida
pois dos velhos hoje a vida
dura igual à da criança
Nesse conto do homem só
que me deu a entrevista
pareceu-lhe uma conquista
cevar burro a pão de ló.
Mas sua renda escasseando
acabou brutalizando.
Sua velhice hoje dá dó
Vendo vida tão comum
comparei com meu destino
os leitores que estimo
somam mais setenta e um.
Eu também tenho essa idade
por não ter necessidade
hoje não faço jejum
Por seara e por canteiro
treino o poema no cordel,
tomo a letra e adoço o mel.
Meu amigo recanteiro
não me deixe à deriva
se fraudei a expectativa
co’este texto sobranceiro.