"TIO FLÁVIO": RIQUEZA QUE VEM DA ALMA -B

Esse negro cavaleiro

Tão generoso que foi,

Acima das cores das raças

Sua beleza polida,

Toda uma cordialidade

De um cavalheiro na vida

Nas memórias mais antigas

Ele só trouxe alegria

Ao recebê-lo em casa

Vinha à tona a fantasia

Difícil era segurar

O impulso de quem se ria.

Da farmácia era o dono

“Seu Plínio” seu empregado

Gostava de dar sua bronca

Em seus pedidos negados

Dizia sempre a todos

Pois, eu sou capitalista

Preservo o meu legado.

Não bastando tudo isso

Nessa questão de legado

Muitas famílias daqui

São seus empregados vários

Junqueiras, Martins e Paivas

Todos tinham bons salários

Pois no caixa do "Tio Flávio"

Dinheiro é o que não faltava.

Eu me sentia orgulhoso

Daquela força de alma

Naquela sua demência

As suas palavras calmas

À sombra da paciência.

De bobo não tinha nada

Usava da sapiência

Depois da farda engomada.

Impôs à vida seu rítmo

Com toda sagacidade

Prá que a historia contasse

Que o “nêgo veio” Tio Flávio

Fora... e será sempre ...

Um marco desta cidade.

Dinis
Enviado por Dinis em 18/11/2009
Código do texto: T1929620
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