"TIO FLÁVIO": RIQUEZA QUE VEM DA ALMA -B
Esse negro cavaleiro
Tão generoso que foi,
Acima das cores das raças
Sua beleza polida,
Toda uma cordialidade
De um cavalheiro na vida
Nas memórias mais antigas
Ele só trouxe alegria
Ao recebê-lo em casa
Vinha à tona a fantasia
Difícil era segurar
O impulso de quem se ria.
Da farmácia era o dono
“Seu Plínio” seu empregado
Gostava de dar sua bronca
Em seus pedidos negados
Dizia sempre a todos
Pois, eu sou capitalista
Preservo o meu legado.
Não bastando tudo isso
Nessa questão de legado
Muitas famílias daqui
São seus empregados vários
Junqueiras, Martins e Paivas
Todos tinham bons salários
Pois no caixa do "Tio Flávio"
Dinheiro é o que não faltava.
Eu me sentia orgulhoso
Daquela força de alma
Naquela sua demência
As suas palavras calmas
À sombra da paciência.
De bobo não tinha nada
Usava da sapiência
Depois da farda engomada.
Impôs à vida seu rítmo
Com toda sagacidade
Prá que a historia contasse
Que o “nêgo veio” Tio Flávio
Fora... e será sempre ...
Um marco desta cidade.