O fim do planeta terra> Autor: Damião Metamorfose.
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No universo das letras...
Eu sou mais um kamikaze.
Jogo-me de corpo e alma,
Esquecendo ponto ou crase.
Às vezes um risco ou traço,
Sem usar régua ou compasso,
Com letras? Formo uma frase.
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Quando estou nessa fase,
Fase de composição...
Escolho um bom assunto,
Que aqui chamo de oração.
Combino palavras primas,
Que são chamadas de rimas,
Com a metrificação.
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Unidos, a mente e a mão,
Eu começo a escrever.
Vou fecundando palavras,
Na sede de aprender.
E nesse monta e desmonta,
às vezes nem me dou conta,
Do que vai acontecer.
*
Ao ver o cordel nascer,
Eu fico até abismado.
Como se faz com um filho,
Eu o trato com cuidado.
Leio e releio cantando
Aparo e vou costurando,
Pra ficar bem lapidado.
*
Para não ser rotulado,
Tento ser original.
Não é sempre que eu consigo,
Mas tento não ser igual.
Aos cordelistas que eu leio
E às vezes fico no meio
Do real e o virtual.
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Seja uma História real,
Que eu vivi ou senti...
Algo que vi na tevê,
Ou uma revista que eu li.
Uma denuncia ou protesto,
Eu sempre me manifesto,
E reescrevo o que vi...
*
Ontem quase não dormi,
Pois achei muito abissal.
O estrago que vem causando,
O aquecimento global.
E esses bocas de falua,
Investem trilhões na lua,
E esquecem a terra natal.
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A um passo do final,
Poluída e a deriva...
O planeta terra está,
Devido à forma agressiva.
Como vem sendo tratado,
Os homens têm devastado,
De forma vil e abusiva.
*
Em contagem regressiva,
Eu vejo essa ampulheta.
Pouco a pouco se esvaindo,
Por causa dessa falseta.
Nosso futuro é incerto,
Pois já está muito perto,
Do final desse planeta.
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Não demora e a trombeta,
Vai soar lá nas alturas.
Isso não sou eu quem disse,
Tudo está nas escrituras.
Ou param as devastações,
Ou começam as explosões
Destruindo as criaturas.
*
As altas temperaturas,
Já estão em toda parte.
Doenças que não tem cura,
Jovens morrendo de enfarte.
-E os cabeças de cabaça,
Produzindo mais fumaça
Buscam soluções em marte.
*
Tanto estudo e tanta arte,
Sigilo e alto salário.
Mas solução que é bom,
Pra nos livrar do calvário...
Cada dia mais distante...
Dão Nobel pra ignorante,
Condecoram salafrário.
*
Não sou um visionário,
Mestre ou metido a profeta.
Também não sou cientista,
Sou apenas um poeta.
Que pode errar na pronuncia,
Mas ousa em fazer denuncia,
Usando o dom como meta.
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Soluções que a mídia veta,
Mentiras que a mesma lança.
Muitas vezes me assusta
Ou deixa sem esperança.
Porque sei que a solução,
Está na informação,
Não fazendo essa lambança.
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Educar uma criança,
A não por lixo na rua,
Zelando o nosso planeta,
Que é a casa minha e sua.
Sei que é bem mais viável,
Que esse vicio miserável,
De investir trilhões na lua.
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No espaço o lixo flutua,
Mares estão poluídos,
Seus níveis também já sobem,
Porque estão aquecidos.
E os cientistas cabaço,
Buscam soluções no espaço,
Da terra estão esquecidos.
*
Solos estão exauridos,
Devido o desmatamento.
Desertos por toda parte,
Enchentes, seca e tormento.
E os cientistas cacetes,
Gastam trilhões em foguetes,
Poluindo o firmamento.
*
Velho e novo testamento,
Há tempos dão o sinal.
Para que o homem cuide,
Daquilo que é mais vital.
-Mas a medida do ter,
Cega ao ponto de não ver,
O apocalipse final.
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Deus deu a esse animal,
Sua imagem e semelhança.
Fez a terra tão perfeita
E doou como herança.
Deu nome de paraíso,
Mas os que tinham juízo,
Ficaram sem esperança.
*
Já começou a cobrança,
Em escala mundial.
Tem países que não têm,
Um metro d água sem sal.
Mais da metade é deserto,
Se não mudar fique certo,
Que se aproxima o final.
*
Se o homem soubesse o mal,
Que ele causa a pacha Mama.
Ele seguia a doutrina
De Cristo ou Dalai-lama,
Buda, Kardec e José...
Juntava a ciência e fé
E evitava esse drama.
*
D*eus na hora certa chama,
A*teu, cristão, não ou sim.
M*as se o homem fosse menos,
I*mparcial ou ruim.
A* terra adiava um pouco,
O* seu tenebroso fim
*
Fim
12/11/2009