A justiça dos homens> Autor: Damião Metamorfose.
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A justiça humana é cega,
Surda-muda e desumana.
Cheia de erros e emendas...
Um labirinto que engana.
Basta uma brecha ou uma fresta,
Que os ratos fazem festa,
Usando a desgraça humana.
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O desprovido de grana,
Paga caro sem dever.
Quanto mais ele se explica...
Complica-se sem saber.
Que a sua verdade dita,
Não tem valor nem evita,
A pena e seu proceder.
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Para os olhos do poder,
Até que prove ao contrario.
O inocente é um réu,
Honesto é um salafrário.
Sem pistolão ou propina,
O martelo o elimina,
Depois que ler o sumario.
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Seja ou não réu primário,
Vai enfrentar dissabores.
Ver o sol nascer quadrado,
Na sela negra de horrores.
E na escuridão total,
Do calabouço penal,
Só Deus ouve os seus clamores.
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Quando se inverte os valores,
O seu direito é negado.
Todo bem que você fez...
Passa a ser interpretado.
Como uma insanidade,
Mesmo sabendo a verdade,
É melhor ficar calado.
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O homem que é condenado,
Sem um mal nenhum ter feito.
Muda a personalidade,
Revolta-se de tal jeito.
Que se um dia for liberto,
O estado tem por certo,
Uma mente com defeito.
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Mas o tal do dito e feito,
Eu dou fé e é verdade.
Mesmo com código penal,
Regido na antiguidade.
Têm ratos, mas também tem,
As excelências do bem,
Que agem com dignidade.
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Talvez passe da metade...
Ou não, ao certo eu não sei.
O certo é que eu tava certo,
Porque sei que não errei.
Mas para não ser taxado,
De hipongo esclerosado,
Da verdade eu me privei.
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D-eus sabe que eu me calei,
A-tendendo ao coração.
M-as sei que um dia a verdade,
I-mplacável e sem bordão.
A-parece triunfante,
O-uvindo a voz da razão.
*
Fim
04/10/2009