A justiça dos homens> Autor: Damião Metamorfose.

*

A justiça humana é cega,

Surda-muda e desumana.

Cheia de erros e emendas...

Um labirinto que engana.

Basta uma brecha ou uma fresta,

Que os ratos fazem festa,

Usando a desgraça humana.

*

O desprovido de grana,

Paga caro sem dever.

Quanto mais ele se explica...

Complica-se sem saber.

Que a sua verdade dita,

Não tem valor nem evita,

A pena e seu proceder.

*

Para os olhos do poder,

Até que prove ao contrario.

O inocente é um réu,

Honesto é um salafrário.

Sem pistolão ou propina,

O martelo o elimina,

Depois que ler o sumario.

*

Seja ou não réu primário,

Vai enfrentar dissabores.

Ver o sol nascer quadrado,

Na sela negra de horrores.

E na escuridão total,

Do calabouço penal,

Só Deus ouve os seus clamores.

*

Quando se inverte os valores,

O seu direito é negado.

Todo bem que você fez...

Passa a ser interpretado.

Como uma insanidade,

Mesmo sabendo a verdade,

É melhor ficar calado.

*

O homem que é condenado,

Sem um mal nenhum ter feito.

Muda a personalidade,

Revolta-se de tal jeito.

Que se um dia for liberto,

O estado tem por certo,

Uma mente com defeito.

*

Mas o tal do dito e feito,

Eu dou fé e é verdade.

Mesmo com código penal,

Regido na antiguidade.

Têm ratos, mas também tem,

As excelências do bem,

Que agem com dignidade.

*

Talvez passe da metade...

Ou não, ao certo eu não sei.

O certo é que eu tava certo,

Porque sei que não errei.

Mas para não ser taxado,

De hipongo esclerosado,

Da verdade eu me privei.

*

D-eus sabe que eu me calei,

A-tendendo ao coração.

M-as sei que um dia a verdade,

I-mplacável e sem bordão.

A-parece triunfante,

O-uvindo a voz da razão.

*

Fim

04/10/2009

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 05/11/2009
Código do texto: T1905972
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