Patativa do Assaré 100 anos de Sertão.
Patativa do Assaré
100 anos de Sertão.
Luiz Leonardo A. dos Santos
Aos ouvintes e leitores
Eu agradeço de coração
Por aqui estar prestigiando
Um cordelista da nação.
Pois Patativa é sinônimo
Com todo seu patrimônio
Pra falar do nosso sertão.
Patativa do Assaré
Cresceu na inspiração
Passou por dificuldades
Seca, fome e lamentação.
Superando a cada dia
E construindo a melodia
Da vida de um campeão.
Deixou um grande exemplo
De força e determinação
Não teve grande estudo
Mas foi um grande cidadão.
Com a sua simplicidade
Seu amor e humildade
Nos versos no coração.
Falava que para ser poeta
Não era preciso ser professor
Bastava no mês de maio
Recolher poema em cada flor.
Brotada nas árvores do sertão
Que amamos com paixão
Alegria e muito amor.
Cresceu ouvindo histórias
De folheto de cordel
E o menino violeiro
Foi fazendo o seu papel.
Ao Brasil se espalhando
Assim a fama foi chegando
Até o astro subir ao céu.
Pra melhor identificar-se
Adotou o nome da cidade
Assaré ficou popular
Por ter um poeta de verdade.
Na agricultura dava o sustento
E a cultura tava crescendo
Com toda simplicidade
O rei do baião lhe ajudou
A melhor a arte publicar
Lançou “A triste partida”
Para cantar e encantar.
Criada por Patativa
Que em toda sua vida
Do nordeste veio falar.
Trabalhou duro na enxada
Mesmo ainda criança
Perdeu um olho aos 4 anos
Mas Deus lhe deu a confiança.
O dom que ele tinha
E o esforço que vinha
Sempre ficam na lembrança.
Freqüentou pouco a escola
Mas foi um doutor querido
Os livros lhe ensinaram
A ser um homem sabido.
Sempre fez a sua parte
E com toda humildade
Sempre foi bem sucedido.
Aos seus noventa e um anos
Com a saúde abalada
Parou de escrever cordel
E seguiu a caminhada.
Dizendo que já disse tudo
E comprovando o estudo
Do que passou pela estrada.
Na cidade de Assaré
Neste sertão nordestino
Onde Patativa cresceu
Ele foi dando seu ensino.
Pois o dom foi Deus que deu
E no céu ele escreveu
Os 100 anos do menino.
Incentivo a educação
E o prazer de estudar
Pois não teve oportunidade
Aos irmãos tinha que ajudar.
Ao sustento da família
Para na hora da partilha
Todos poderem se saciar.
Meu amigo Patativa
E seu poema de Vou Vorá
Espelho-me em seus trabalhos
Vaca estrela e boi fubá.
O apelo de um agricultor
Que se tornou um doutor
Do sertão do Ceará.
Nosso sertão nordestino
Jamais irá esquecer
De um homem que na vida
A literatura fez crescer.
Valorizando o sertão
Dando sempre opinião
De como ele desenvolver.
Sabemos que em nosso torrão
Existem dificuldades
Mas o peão nunca desiste
Corre atrás da dignidade.
Não abandona o que ama
Pois nossa terra é a cama
Para termos felicidade.
Agradecemos de coração
A tudo que nos deixou
Todos os poemas escritos
Nossa cultura ganhou.
E assim fez do Nordeste
De norte, sul e sudeste
A terra que incentivou.
No meio desta história
Do sertão venho falar
Dos amigos agricultores
E da seca a castigar.
Onde brota o mandacaru
Do Ceará a Caruaru
A esperança deve brotar.
Busco sempre harmonia
E a humildade do sertão
Pois sei que o sertanejo
Leva Deus no coração.
Sigo sempre seus passos
Pois jamais me disfarço
De sua divina proteção
Hoje fico preocupado
Com tanta destruição
Pois nosso meio ambiente
Quer o cuidado da nação.
Preserve a fauna e a flora
Demonstrando que é a hora
De mostrar a solução.
Nosso sertão tem beleza
Tem arte e tem cultura
Tem fé, tem confiança
Tem poeta e literatura.
E o povo nordestino
Nunca perde o destino
De fazer agricultura.
Busquei nestas belezas
O dom para escrever
Procurando algum tema
Para estudar e compreender.
Encontrei uma História
Que emocionou e deu glória
E fez o mundo amar você
Os parabéns aqui deixo
A esta pessoa exemplar
E ao pessoal da CREDE
Aqui quero aprovar.
Pois coloca a educação
Com alegria e satisfação
Que só temos a ganhar.
Obrigado Patativa
Por tudo que demonstrou
Fez todo seu trabalho
Ao nordestino ajudou.
Hoje se faço cordel
Na escrita do papel
É por que me incentivou.
Discutia com maestria
A arte de versejar
Aqui deixo minha homenagem
A um grande artista exemplar
Que deixou muita saudade
E seu nome na historia
Da cultura popular.
FIM.