LAVRADEIRO
Rio Branco da Boa Vista
Um rio nasce no Norte
Lá na Serra do Caju
De esquina com um Forte
Abaixo do Surumu
Onde o Uraricoera
Encontra o Itacutu.
Lá desce a serra Grande
Encontra o Mucajaí
Muricis pelo caminho
Até Caracaraí
Caimbés também descendo
Desde o rio Amajari.
Chamaram-no Rio Branco
Da Matriz há boa vista
Porque de lá esse rio
Muito bonito se avista
E a ponte dos Makuxis
Sagrou-se grande conquista.
Dia quente, dia frio
Na sua grande jornada
O Rio Branco recebe
Águas de outras moradas
Atravessando o Cantá
Passa a Boca da Estrada.
Depois vem a Floresta
Com bacabas e açaís
Cortando as campinaranas
Como Deus assim bem quis
No sul com o Anauá
Trançado por buritis.
Saindo de Boa Vista
A Veia toma o traçado
Correndo altos e baixos
Cruzando todo o estado
Deságua no rio Negro
Com o Amazonas formado.
Assim termina a verseja
Desse rio do lavrado
Maior que ele não há
Tema tão bem acabado
Votaria em Rio Branco
Para o nome desse Estado.
Quadras ao Roraimeira
Foi numa noite feliz
Que a história começou
A estrela desta terra
No céu inteiro brilhou.
Era o Trio Roraimeira
Que mostrava o seu valor
Cantando a nossa terra
Makunaimando o amor.
Cruviana trouxe Neuber
Mestre que é u-cho-à parte
Do buriti com farinha
A maloca virou arte.
Na dança do Parixara
De Paracaima ao Bonfim
Veio o cavalo selvagem
Com o poeta Eliakim.
Zeca Preto cá chegou
Em barcos de buriti
O filho de Dona Neuza
Resolveu viver aqui.
Caimbé, Paraviana
Parima, Mucajaí
Damorida, Maracá
Sorocaima, Makuxi.
O rio, a mata e a serra
Ao som de uma melodia
Boa Vista se rendeu
E cantou com alegria.
E foram pelo Brasil
Apresentando Roraima
Mostrando a toda nação
Com a benção de Makunaima.
Terra Preta, caxiri
Boto, pesca, poesia
Tepequém, Amajari
Cantá, festa, harmonia...
Lavradense ou Dorval de Magalhães
Guarde a luz boa-vistense
Nesse povo roraimense
Ó poeta lavradense
Tome um verso em precisão
Veloz como o coração
Que bate no mesmo estalo
Pois a todos venho e falo
Nos enleios do quadrão!
Águia norte-brasileira
A forte voz altaneira
Seu mundo não há fronteira
Herói de uma geração
Áurea desta região
Grão amante de Roraima
Defensor do Paracaima
Nos enleios do quadrão!
É como um barco no rio
Vento silvando assobio
Cruzando léguas a fio
És luta e preservação
Poesia e canção
Plantador de buritis
O verso baila feliz
Nos enleios do quadrão!
Uma lição magistral
Flora, fauna, vendaval
Grande Mestre Dorval
És "lindo berço rincão"
História e conservação
De todos os roraimenses
És o maior lavradense
Nos enleios do quadrão!
BAREIMA no Canarinho!
Boa tarde Makuxis
Vamos cortando caminho
No calor desta alegria
Quero chegar rapidinho
Que hoje em Boa Vista
Tem Bareima no Canarinho!
De um lado o tricolor
Que veio de Mecejana
O Atlético Roraima
Equipe cheia de gana
Torcida canta contente
O amor não se engana.
De outro lado o Baré
O Índio da Consolata
O mais quisto de Roraima
A quem a vida lhe é grata
Colorado lavradeiro
Quer ouro não quer a prata.
Para ver o grande clássico
Vem gente de todo lado
A torcida comparece
Estádio fica lotado
Makunaima já conhece
Maior jogo do Estado!
Esta tarde de domingo
Agita toda a cidade
Ninguém quer ficar de fora
Todos querem de verdade
Participar deste evento
Com paz e rivalidade.
Que o Bom Deus nunca permita
Esse clássico findar
Que nem nos outros estados
Com a violência a mandar
Que a gente saia de casa
Pra nesse jogo vibrar.
Bandeiras que tremulam
Fazem o povo cantar
Sem times de outros estados
Pra festa não estragar
Quero times de Roraima
Em todo Brasil brilhar.
Lavradeiro
O sol raiou na ribeira
Nos sublimes do lugar
Entre a terra e a fronteira
Num lavradeiro a brilhar
Verdes clãs da Roraimeira
Que vêm sua arte mostrar!
Norte fruta teu sabor
Vem mostrar tua beleza
Desabrocha tua calor
Sobre o Manto de pureza
Que eu semeio teu calor
Maracá minha riqueza
Mitos perdidos no rio
Minas douradas do Norte
Selvagem corcel bravio
És diamante, pedra forte
Cruviana vento frio
Rasga a noite com seu corte
Sonha e canta Parimé
Nas águas do teu encanto
Me convida Igarapé
Nas poéticas do canto
Me lanço no Cauamé
Num galope de acalanto.
Aos estudantes da floresta
(Aos acadêmicos de Engenharia Florestal – UERR)
Eu trago meus parabéns
Às pessoas de valor
Que em São João da Baliza
Estão a todo vapor
Estudantes da floresta
Recrutados com vigor.
Que crescem a cada dia
Em busca da luz do sol
Despertam o interesse
Logo cedo no arrebol
Guardam mais energia
Que qualquer outro oleol.
Seiva bruta de Roraima
Aos poucos sendo formada
Legarão à Amazônia
Uma história bem contada
E concretizando um sonho
Que é tê-la assim conservada.