Os olhos> Autor: Damião Metamorfose.
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São as janelas da alma,
Os sentidos da visão.
É a eles que pedimos,
Um minuto de atenção.
Quando alguém nos vira as costas,
Os olhos nos dão respostas
De um sim, talvez ou um não.
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Um olhar na multidão
E tudo pode mudar.
Por eles muitos se perdem
Ou podem se encontrar.
Quando os olhares se juntam,
Novos sentidos despontam,
Com novas formas de olhar.
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Os olhos podem falar,
O que não pode se ouvir.
Mas que pode se entender,
Melhor dizendo: sentir.
Um olhar conquista e trai,
Convida expulsa ou atrai,
Ou chora em vez de sorrir.
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Os olhos podem pedir,
Agradecer ou mandar.
Fazer campana sem trégua,
Se precisar vigiar.
Demonstrar algo inquieto,
Ou ficar calmo e quieto,
Na hora de descansar.
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Podem sorrir ou chorar,
Ter alegria ou tristeza.
Ter raiva, rancor, cobiça,
Inveja, ódio e nobreza.
Ou como os de uma criança,
Que expressa a confiança,
A inocência e pureza.
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Os olhos têm sutileza,
Em variedade mista.
Que desviam uma rota,
Orienta ou dar a pista.
Denunciam uma dor,
E brilham com o furor,
do amor á primeira vista.
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Com olhos de um analista,
Eu tiro uma conclusão.
Separo o bem e o mal,
A razão e a emoção.
Aceitação e protesto
E com olhar indigesto,
Eu faço uma rejeição.
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Os olhos de amor e paixão,
Deixam o mundo mais belo.
Tudo se torna possível,
Barraco vira castelo.
Mas sem paixão e amor,
O olhar fica sem cor,
Sombrio, opaco, amarelo.
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Dois olhares em duelo,
São mistos de ira e fúria.
Falsidade e hipocrisia,
Desconfiança e penúria.
Cobranças sem fundamento,
Que aumentam o sofrimento,
Magoas tristeza e lamuria.
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Olhos que pedem luxúria,
Que se encantam com olhares.
Hipnotizam e instigam,
Quando encontram os seus pares.
Olhos que ficam vermelhos,
Que se vêem nos espelhos
são vizinhos seculares.
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Olhos dos pais exemplares,
Que amam os filhos seus.
Que dão amor e carinho,
Igual ou mais que os meus.
Aos olhos de quem tem fé,
Existem olhos até...
Que são incrédulos ateus.
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Nada aos olhos de Deus,
Passará despercebido.
Nem mesmo os olhos dos cegos,
Que têm um sexto sentido.
Por ele serão julgados
E os que são perdoados,
Pelo mesmo é acolhido.
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Aquele olhar sofrido,
Que vem dos olhos da fome.
Que faz do humano um bicho,
Que revira o lixo e come.
Que pede e ninguém atende,
Que mata rouba e até vende,
A alma e o próprio nome.
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O olhar que se consome,
No meio da avenida.
Sem saber aonde ir,
Não encontrando a saída.
Longe dos olhos da sorte,
Perto dos olhos da morte,
Poe um fim na própria vida.
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Aos olhos de um homicida,
Que mata para viver.
Ignora os olhos tristes,
que pedem pra não morrer.
Esses na minha visão,
Vivem na escuridão,
Têm... mais não consegue ver.
*
Mas os olhos do poder,
Aos mesmos dão alforria.
Se prende a justiça solta,
Em pouco mais que um dia.
E as vitimas pedem em coro,
Por dignidade e decoro,
Aos olhos da hipocrisia.
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Aos olhos da poesia,
Ou aos olhos do poeta.
Usando os olhos da mente,
Abre os olhos e completa.
Que os olhos do leitor,
Julguem os olhos sem temor,
Pra ver se atingi a meta.-------------morfose
*
Fim
21/10/2009