"Acidente na granja"
(Heliodoro Morais)


O pinto quebrou a perna
E nisso caiu pra trás
Queria entrar na caverna
Porém não era capaz
Pois um pinto nesse estado
Caido e no chão jogado
Não levanta nunca mais.
 
Ainda bem que o rapaz
Pegou o pinto na mão
E fez o que mulher faz
Com muita dedicação
Quando vê uma mulher
O pinto fica de pé
Doido e virado no cão.
 
Ele deve ter razão
Pois de toda aquela prole
Já levou queda, arranhão
Tem dia que nem se bole
É um bicho de azar
Nunca se viu no lugar
Um pintinho assim tão mole.



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Réplica
(Hull de La Fuente)


Liodoro, Meu cumpadi,
Eu vim modi  lhi avizá
Pra num paricê mardadi
Ou num lhi prestigiá
O seu pintu, na verdadi,
Foi trocadu di lugá
Pra ficá mais a vontadi.
 
O pinto de lá de casa
Tem u pezinho ingessadu
U bichinhu é uma brasa
Nunca fica assussegadu
Já tosei pena das asa
É um pintu indiabradu
Entra inté in cova rasa.
 
Naquele pintu, coitadu,
Ocê podi inté bulí
Podi pô pra quarqué ladu
Queli num vai reagi
Pequenu i amareladu
É danadu pra saí
Pur issu tá acidentadu.
 
Ti ixpricu purquê num podi
U teu pintu ficá lá
É qui a gurizada acodi
Na página pra si aletrá
Ti adevorvo eli pramodi
Noutra fôia acomodá
Ispero cocê concordi.
 

Os versos do compadre Heliodoro foram deixados como comentário ao meu texto "O pintinho do pé engessado".  Eu aproveitei a malícia do mesmo e fiz esta resposta. 

Obrigada, poeta, sua participação é sempre bem recebida aqui nesta página. 

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Manu Pedrinho Goltara diz qui cunheci o pintu do cumpadi Liodoro, eu num sei quano foi qui ele ando im Natal, mais dexa pra lá... Sua presença aqui anima a festa, meu mano.              
 
 
Cumáde,me lembro do pinto
Que tava bem tristinho
É verdade, eu não minto
Li o causo direitinho
Ele com o pé quebrado
Ficava duro,coitado
Com o gesso coladinho!
 
Do pinto do meu cumpáde
Eu num quero falar mal
Mais tem aqui uma cumáde
Que morou lá em Natal 
Falou que dá dó o danado
Num dá mais nem um piado
Vive caído pelo quintal!
 
Pedrinho Goltara

***



Já tem genti duvidano dus pintu. Cumpadi KNZ dexô esti recadu proceis analisá... Mais u pintu da minha história é um pintu ispeciá. 
 


Eita "pessoár" mentiroso da gôta sô.
Eu inté tô deixando meu recado:
 
Falando com sinceridade
Nem ia escrever nada
Vendo essa felicidade
De vocês com a pintalhada.
Os rapazes com saudade
A moça entusiasmada
E cada pinto uma verdade.
 
Na Vila Velha cidade
O pinto parece que é manco
O de Natal só pega no tranco
Levantando com dificuldade
E se eu for mesmo franco
Em Brasília tem festividade
Se o pinto dá um solavanco.
 

KNZ

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Óia só quem vei lá di Niterói, a cumadi Elen, muié corajosa. Mana Milla anda purdimais ocupada, eu tava suzinha nu mei da granja, sem a Milla nóis fica sem nutícia dus pintu paulista… Brigadu pela presença cumadi Elen,


Venu pobrema de pinto,
Tenhu qui pronunciá
Os pinto de Niterói
Si levanta a toa lá
Dão sarto que nem saci
Venu uma muié passá
 
Agora de outrus lugá
Já num possu afirmá
Andam meio caidaço
É o qui vejo acumentá
Vô mandá um pra ocê
Vai ver qui filiz vai ficá
 
Elen Nunes

***



Cumpadi Liodoru, homi bão, coração grandi, donu di granja, tem um consêi pra turma...

 
Cumádi deu pá notá
Que o pôvu vem no recintu
Só prá mode espiá
Êssi animazin distintu
Eu fáçu inté uma aposta
Qui a turma vem pruquê gosta
De vir chamegá no pintu
 
O bichu tem mal instintu
Quanu nasci prematuro
Moli feitu vinho tintu
Fica em pé si fô siguru
cum a ajuda da mão
Mas si sortá cai nu chão
É fracu e num fica duru
 
Pru causu dissu inté juru
Pur tudu qui há no mundu
Qué tê um pintu no muru?
Nóis si ajeita num sigundo
Pra mim vai sê inté canja
Cuma sô donu di granja
Tem pintu pra todu mundu
 
É pintinhu caipira: pir! pir! pir!
 
Heliodoro Morais


***


Mana Milla finalmente chegou, ela anda muito ocupada com assuntos sérios. Deus ajude você maninha. 
 
Esta página tá cheia
Dos pintos do galinheiro
A poesia permeia
Os poetas verdadeiros
 
Minha mana e Liodóro
Também o amigo Pedrinho
Escrevem o que eu adoro
Ler de manhã, bem cedinho!
 
Vêm os demais poetas
Falando deste tal pinto
Pra nos deixarem alertas
Não vi o pintinho - sinto!

***


Óia qui inté cumpadi Fernando Alberto Couto si achegô preocupadu cuns pintu... Si avexi não, cumpadi. O pintim já tá saradu, seu pézim foi ingessadu.
 
 
 
Ah! cumpadis Clara e Liodoro,
dois pueta qui eu doro...
ieo tava só di passagi,
pois, cansadu, já ia durmi.
Má cumu via qui vai sê minha noite
i inté a madrugada,
si na cunsciência minha,
aturmenta di só pensá
na tar patinha partida.
Pur favor cumadre Clarinha,
só mi dis cuma posso ajudá.
Só adispois du teu recadu,
posso durmi mais sussegadu...
 
Cum carinho,
cumpadi Nando.
 
 
 

 
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 20/10/2009
Reeditado em 22/10/2009
Código do texto: T1876556
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