O canto ao santo sem manto> Autor: Damião Metamorfose.
O poeta se encanta quando canta,
O seu canto é mais canto e tem beleza,
Quando o canto decanta a natureza,
Essa obra divina pura e santa.
Quanto mais ele canta mais se encanta,
Quanto mais se encanta mais tem canto.
A cortina do verde é o seu manto,
O seu teto é o céu azul anil,
Seu festejo trovão no mês de abril,
E a chuva que cai é o seu pranto.
Esse pranto que molha a terra é santo,
Como é santa a terra revirada,
Pelo santo manejo da enxada,
Por um santo na fé, mas sem um manto.
Semeando a semente por enquanto,
Com instinto de luta e sem saber.
Acredita que um dia ah de colher,
O plantio que fez na invernada,
E a semente será multiplicada,
Assim sendo não falta o de comer.
Quando o céu escurece pra chover,
Esse bravo guerreiro comemora,
Por não ser mais preciso ir embora,
Revigora na fé e volta a crer.
Mas os homens que mandam no poder,
Desconhecem o poder dessa cultura,
Desse homem que tem mão com textura,
E o couro das costas calejado,
Sangue quente coragem e pé rachado,
Mas detém o poder da agricultura