Matuto Paulista

Um dia um jóvi cabôcro

da terra que o povo córri

resorveu tentá sua vida

na terra que o povo dórmi

cu abôno da casas bahia

pagô u biête di avião

i veio tentá a sorte

nu meu pédaço di chão

chegando aculá, minha nossa

u môço singrandissia

dizia que era fâmozo

devoto di ave maria

u póbe se apaxonô

pela minha humilde terra

i resorveu si instalá

nu pé di uma piquena serra

era muito vistoso esse moço

bondozo que só vêno

fez muita amizade por aqui

trabaiava no sol i chuvêno

até qui o distino lhe fez

uma lambança da muléxta

u moço perdeu a isperança

e deu cum a porta na testa

a prima que lhi acolhia

feiz uma tremenda doidera

largou u marido de anos

e curpô a cidade intera

u primero a sê condenado

foi u pobre do moço paulista

qui perdeu o abrigo que tinha

e acabô na beira da pixta

compro uma passage de vorta

o sonho enrolo i guardo

mas com fé na virge maria

se foi, mas prometeu, i vortô.

Essa história num to inventano

quem quisé pode comprová

ele foi mermo pra são paulo

agora só farta vortá!

J Neves
Enviado por J Neves em 17/10/2009
Código do texto: T1872358
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.