A INVEJA
A inveja meu amigo,
segundo os mandamentos,
é o pior dos tormentos
do homem e um castigo...
Que assola o mau político
e aos pobres de espírito,
que em tudo vê inimigo.
O invejoso não constrói;
deseja sua derrota,
Quer a sua bancarrota,
e a sua obra que rói.
Põe mau-olhado em tudo;
é ave de mau agouro, luto;
choro que vem e que dói.
Para ele não há sucesso;
Vê o outro pelo fracasso;
nada é muito, tudo é escasso,
não há futuro, nem progresso!
Só o dever de torcer contra;
e o que mais lhe amedronta
é um vencedor de regresso!
Ao invejoso, se você ganha,
é roubo! Perdeu, bem feito!
Questionar, não tem direito!
Esperneou, é que não apanha!
Imagine, a pulga no seu pé!
como vizinho, a dar cafuné...
com picada de aranha!
Eu tive a infelicidade
de um infeliz como vizinho.
uma pedra no meu caminho;
um cabra ruim de qualidade.
Era azar em jogo de botão,
incomodava tal calo no dedão;
qual sorriso de má vontade!
O cara era tão invejoso
que acordava de madrugada
fazendo aquela zuada
com seu jeitão asqueroso.
jogando panela no chão,
Zoião aberto, na espiação
de fazer medo, assombroso!
Não se podia dizer nada
que ele ficava na escuta,
com sua cara carrancuda
pronto a dizer piada!
Se achando o maior,
numa tanga de fazer dó,
dizendo ser cobra criada!
Mas a coitada da mulher
vivia varrendo o chão
de uma loja do irmão
pra dar comida ao Mané.
Sustentar de pinga e cachaça,
o fulano fã de manguaça,
querendo ser o que não é!
Falando de todos e tudo
com sua língua maldosa,
de forma perniciosa
se achando o mais astuto.
Mas era um vagabundo,
que vivia no seu mundo
colhendo de falso fruto.
Até pra ele casar
a inveja lhe foi companheira,
Arrumando-lhe uma parceira
ideal para o seu lar.
Tem inveja até da sombra,
e o que mais lhe assombra,
que ela não pode sonhar
É alguém se destacar
seja portando doença,
seja assumindo crença,
e com certeza vai uivar
como uma cadela no cio,
queimando como um pavio
de tanto estrebuchar.
Mulherzinha ignorante
pequena até na ideia,
curta como centopéia
muita perna, pouca fronte...
Tem inveja até da lua,
como se dona da rua,
fizesse uso de monte.
Eles tinham tanta inveja,
que arrumei um cachorro
um animal pra socorro,
que todo mundo deseja.
animal de estimação,
doméstico de criação,
foi motivo de peleja.
Pois o vizinho invocou
com o pequenino cão,
que era provocação,
tanto que me convocou
a dar um outro destino,
ao animal pequenino
que em seu muro ficou.
Resolvi lhe presentear
e lhe franquear o cachorro,
e quase de raiva eu morro
com esse ato sem par,
pois, esse sujeito safado
de modo mais odiado,
resolveu o cão criar.
Disse que era pra sogra,
pro veado de um cunhado
eita cachorro desejado,
por essa dupla de cobra.
Esse, dito cachorrinho
entrou no meu quintalzinho,
e lá, comeu de sobra...
Galinha, Pato e Peru
bagunçou e fez a festa
tendo seu dono de testa
com o estômago de urubu
com a inveja velada
em sua cara amarrada,
de comedor de angu.
Deixou-me fulo de ira,
com o seu descaramento;
sua cara de nojento
e toda sua mentira!
Não se pode ter nada,
que sua veia enciumada,
e o ciúme de traíra
De sujeitinho à toa
Manifestam-se no infeliz,
ao ponto que este, maldiz
a sua insignificante pessoa,
como um ser inferior,
incapaz de ser superior
de ser gente boa!
É invejoso por vocação,
Porque a inveja consome,
Vai-lhe do rim ao abdome
da cabeça ao coração!
Causando a grande cegueira
que tem todo porqueira,
que perde a sua visão.
Eu não desejo a ninguém
Um vizinho desse tipo
essa trava, essa gripe
que inferniza como quem
parece casca de ferida
atrapalhando a vida
de um cidadão de bem!
Ta com pena meu amigo?
Leve para sua casa
E vai ver como atrasa
Como será seu inimigo
Essa figura pequena
Esse atalho esse problema
Esse azar esse castigo!
Porque é isso que ele é
Uma mala sem alça
Sapato que não se calça
Reza que não dá pé
Sentimento de perjúrio
E tudo que é furo
Nele ninguém bote fé.
A inveja é sua embarcação
Não sabe ser de outro jeito
Esse é seu grande defeito
Faz isso de coração
Por que pensa pequeno
Esse é o seu veneno
Com seu cérebro anão!
F i m