Carta d’um suicida.
Autor: Daniel Fiúza
26/05/2005
Ao ser encontrado morto
Viu-se logo um suicídio
Pela carta que deixou
O tresloucado Emídio
Detalhando o seu drama
Na loucura dessa trama
Bebeu veneno de ofídio.
Segue abaixo o conteúdo
Da carta de despedida
Falando esses motivos
Com a sua alma ferida
Que causou a confusão
Porque tomou à decisão
De tirar a própria vida.
Ao me casar c’uma viúva
Que era mãe da Emilia
O meu pai quera viúvo
Se casou com sua filha
Que minha mãe se tornou
Minha cabeça estourou
Comecei a sair da trilha.
A minha mulher era sogra
Do papaizinho querido
Que agora era meu genro
Quando falo até duvido
E a minha mamãe agora
Além de filha era nora
Me deixando confundido.
Minha filha ao dar a luz
Causou grande comoção
Eu fiquei sendo avô
Do neto que era irmão
Cada dia que passava
Mais me desequilibrava
Essa triste situação.
Depois a minha mulher
Engravidou e pariu
Nós tivemos um menino
Na minha psique buliu
Da minha mãe era irmão
Cunhado do meu paizão
Da minha mulher era tio.
Minha mulher foi ser nora
Da sua legitima filha
Passei a ser pai da mamãe,
Não era uma maravilha?
Dos meus filho sou irmão
Veja a minha situação
Tinha a cabeça na Quilha.
Sendo mãe da minha mãe
Minha esposa era minha vó
Nesses desacertos todo
Tava ficando biró
Fiquei sendo meu avô
Juro por nosso senhor
Preferia ficar só.
Resolvi tirar à vida
Para não enlouquecer
Pois pra viver desse jeito
É melhor desaparecer
Dei um tiro no ouvido
Só quero ser esquecido
Logo depois de morrer.