LITERATURA DE CORDEL
Na Europa tão distante, no antigo tempo feudal
Antes de haver imprensa, era a transmissão oral
Na era medieval, os menestréis, e os trovadores
Tangiam os alaúdes, cantando contos de amores
Falando de reis e princesas, fábulas e dissabores
Para não se esquecerem, usavam canto rimado
E da Península Ibérica vem o velho Romanceiro
Então pliegos volantes pela Espanha circularam
E em folhetos soltos, bem mais tarde publicados
Usando a xilogravura, com linda arte, ilustrados
Folhas volantes soltas eram postas em um cordel
Todas presas em um barbante parecido com varal
Foi um jeito curioso, utilizado em terras lusitanas
Com repentes e desafios, acompanhados da viola
Sei que o nosso cordelista era o antigo menestrel
Conta façanhas incríveis de santos ou cangaceiros
Fala da seca, da enchente e do rapto de donzelas
Encantando os transeuntes em pelejas e cantorias
Em maravilhosas narrativas de heróis e anti-heróis
Canta episódios atuais e lembra as antigas novelas
Pode ser apenas um, dois, ou até mais repentistas
Cantadores rimam os versos com a pose de artistas
Sabem cantar de improviso em feiras, ruas e praças
Concorrência para rádio, televisão, jornal e cinema
Em notícias e em denúncias vão variando seu tema