PERNAMBUCANAÇÃO

Bandeiras são versos de Manuel

Olinda é o hino de Alceu Valença

Ter o dom de Dom Hélder é ter crença

Vendo o fogo encantado no cordel

Têm forrós nos sertões de Maciel

Dominguinhos tem forró e tem baião

Com a voz na sanfona de Gonzagão

No Exu de gonzagas tem Chiquinha

No xote quente de Gonzaguinha

Nosso estado é PERNAMBUNAÇÃO

Os azuis são de Carlos Pena Filho

Bubuskando pelos mares da poesia

Raimundo Carreiro encarreira fantasia

Vem o som do sertão vem pelo trilho

Do pajeú três Batistas no trocadilho

E João Paraibano desafia Sebastião

No repente Dió faz transformação

Vilanova novamente vira e revira

No passeio de Mocinha de passira

Nosso estado é PERNAMBUCANAÇÃO

Meu rio Chico passa e cai no mar

O velho novo vem mostrar a beleza

Da barcarola na força da correnteza

Traz a suíte que nasceu no Jatobá

Na voz mansa de Geraldo pra cantar

Tem Cabral que se descobriu João

Escrevendo mata agreste e sertão

Gilberto é casa grande e é senzala

No terraço, no terreiro e na sala

Nosso estado é PERNAMUBUCANAÇÃO

Rei Reginaldo cantando a cuna

Nando Cordel é forró e é frevança

Selma do Coco no coco ela dança

Ariano lá do alto é um suassuna

Do Altinho Jorge canta o rio una

Zezito Doceiro bota doce na canção

Limão com Mel é o mel e o limão

Ares e palmas na alma de Ascenso Ferreira

Com Quinteto Violado de primeira

Nosso estado é PERNAMBUCANAÇÃO

Jandhuir vem na feira de caruaru

Reza a missa em missão vaqueira

Da mata norte surge lança guerreira

Na ponta do verso do Mestre Salu

Na ponta do pé traz o seu maracatu

Vem o matuto balançar a multidão

Talhando a serra no forró de Assisão

O cabra que é Pernambuco da gema

Quando Aciolly Netto have o poema

Nosso estado é PERNAMBUCANAÇÃO

Carpina/PE, 19/05/2008

Hélio Ferreira