OS TRÊS PORQUINHOS(livre adaptação em cordel) Final
Os dois porquinhos travessos
se viram desesperados
com o lobo no seu encalço
estavam apavorados
mas tantos dias sem comer
fizeram a fera perder
a maratona pr'os danados
Prático, o irmão mais velho,
na porta os aguardava
nervoso e apavorado
ansioso lá gritava
"depressa, entrem ligeiro
o lobo mau cansou primeiro"
seu grito esgoelava
Rápido eles entraram
a porta foi logo fechada
e o lobo mau esbaforido
tendo perdido a cartada
com muita fome e cansado
o focinho branco e suado
tinha a cara desolada
Salvos, os porcos dançavam
livres do grande animal
cantando desafinados
"quem tem medo do lobo mau?"
e repetiam zombeteiros
com roupa de marinheiros
"quem tem medo do lobo mau?"
Mas a casa dos três porquinhos
era coberta de palha
feita de madeira frágil
o lobo mau viu essa falha
sendo o fôlego o seu forte
viu que estava com sorte
e pensou: nada atrapalha"
Encheu de ar os seus pulmões
inspirou até vermelhar
usou tanto exagero
chegou perto de estourar
com um longo sopro forte
o telhado voou ao Norte
a casa começou a balançar
Os três porquinhos fugiram
a porta dos fundos aberta
a casa ao vento levada
sem estar o lobo alerta
os porquinhos se mandando
o lobo apenas soprando
só viu a palhoça deserta
Um primo dos três porquinhos
residia ali perto
tinha casa de tijolos
daria ajuda decerto
aos dois atrevidos, a lição:
nunca seguir na emoção
nem querer bancar o esperto
Nem cobrir de palha o teto
ia Prático pensando
faria casa segura
cimento e ferro armando
que não fosse derrubada
com o ímpeto da soprada
de um lobo mau soprando